Morte do deputado foi confirmada no início da noite desta terça-feira.
Ele morreu após sofrer um AVC em seu apartamento, na segunda-feira.
Fonte; G1, em São Paulo.
Foto: José Cruz/Agência Brasil O deputado Clodovil Hernandes (PR-SP)
O G1 conversou com políticos depois da confirmação da morte do deputado federal Clodovil Hernandes (PR-SP), no início da noite desta terça-feira (17). Ele morreu depois de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) na manhã de segunda-feira (16). Clodovil tinha 71 anos.
Veja o que disseram os entrevistados sobre o estilista, apresentador de TV e deputado federal:
“Clodovil Hernandes ficou conhecido pela maneira direta de se expressar e pelas ideias polêmicas que defendeu, especialmente em seus programas de televisão. Entrou tardiamente na vida política e provou que tinha muitos adeptos, uma vez que foi o terceiro deputado federal mais votado no estado de São Paulo. Neste momento de dor, expresso minha solidariedade a seus parentes, amigos e correligionários.”
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em nota oficial
“Foram faladas as palavras de respeito [no Senado] e eu disse que, como senador por São Paulo, manifestava o meu respeito pela vida dele como estilista, como apresentador do probrama TV mulher junto com a Marta [Suplicy, ex-prefeita de São Paulo], com o Henfil, com a Marília Gabriela, em 1970 e 1980 (…) Sei que se tratava de uma pessoa bastante polêmica, às vezes nem sempre concordava com todas as proposições e idéias dele, mas manifestei o respeito o pesar por Clodovil.”
Eduardo Suplicy, senador (PT-SP)
“Ele foi um brasileiro que teve sua criatividade e talento reconhecidos por todo o povo brasileiro. Clodovil dedicou grande parte de sua vida àquilo que mais amou: a moda brasileira”.
Gilberto Kassab (DEM), prefeito de São Paulo
“Eu acho que a gente realmente fica sensível sobre o falecimento de qualquer pessoa, ainda mais na situação que foi, com um AVC dentro de um apartamento. É uma coisa muito triste. Uma coisa foram as nossas divergências, nossas posições diferenciadas. Neste momento aquela questão passou, acabou. Esse momento é de um sentimento por uma pessoa que perdeu a vida.”
Cida Diogo, deputada federal (PT-RJ), que teve um desentendimento com o deputado, que a chamou de feia
“Era um patrimônio cultural, não diria nem somente político, era uma pessoa que, apesar das polêmicas e de não ter papas na língua, era um cidadão do bem. Eu também estou no meio artístico, algo em comum com o Clodovil. Apesar de ter sido pouco tempo que estava na Câmara, expressou que era alguém do bem, que não veio para o vício da politicagem. Acho que o Brasil perde com a passagem do Clodovil, com a ida dele para o outro andar. O Clodovil não tinha dupla personalidade, era aquilo ali. Quem gosta gosta quem não gosta odeia.”
Frank Aguiar (PTB), vice-prefeito de São Bernardo do Campo (SP) e ex-deputado federal
“Lamento profundamente a morte do deputado. Foi uma pessoa que se firmou na vida nacional quer como estilista, comentarista de TV e representante do povo de São Paulo. Era um cidadão de bem. Embora algum momento mostrasse irreverência, era cheia de verdade. O que mais me chamava a atenção a ele era a fé em Deus. Ele dizia que tudo que Deus tinha dado a ele era para cumprir uma nova missão. Outro aspecto é que demonstrava ser um filho que amou muito a mãe adotiva. A Câmara dos Deputados fica mais triste sem Clodovil, que soube empreender seu estilo e deixa muitas saudades.”
Sandra Rosado, deputada federal (PSDB-RN), líder da bancada feminina na Câmara
“O Brasil perde uma pessoa livre. Mesmo na vida política, onde muitas vezes as pessoas são aceitas por se submeterem ao cinismo, hiporcrisia, dissimulação, alguém conseguir se manter livre para falar sobre aquilo que acredita e pensa, não é fácil. Independente de se concordar ou não com o que ele verbalizou e a forma que o fez, eu sinto muito. É sempre muito bonito de se ver alguém que não se rende ao cinismo, muito conveniente na prática política.”
Heloisa Helena (PSOL), vereadora em AL e ex-senadora
“Clodovil veio para o partido numa hora importante do PR, que estava se firmando como novo partido. Ele foi importante, estratégico para nós. Teve uma aceitação popular muito grande. E, sem dúvida nenhuma, era muito querido não só pela bancada, quanto pelo Congresso. Sua vitória no TSE o fortalecia ainda mais para o pleito em 2010. Deixa uma lacuna muito grande. Foi um grande companheiro. Lamentavelmente, sofreu o segundo derrame de forma devastadora. Acho que isso foi muito resultado do julgamento. Ele estava muito nervoso antes. Teve uma emoção muito grande.”