Brasília – O senador Cristovam Buarque (PDT-DT) propôs hoje (15) que o Senado convide a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) para participarem das investigações sobre a existência de atos secretos na Casa. Para o pedetista, todos os senadores estão “sob suspeição” e uma apuração apenas interna não teria a credibilidade suficiente para convencer a opinião pública.
“Uma comissão interna do Senado não basta mais. É preciso chamar aqui entidades externas. Chamar a Polícia Federal, não a Polícia Federal entrar no Senado, mas a Casa convidá-la, para que, com seu conhecimento de investigação, possa descobrir o que houve. É preciso chamar o Ministério Público, chamar instituições nas quais, depois, a opinião pública acredite”, afirmou Cristovam.
“Hoje, qualquer relatório assinado por nós [senadores], a opinião pública não vai acreditar. Então, não vai servir para o que a gente quer. É preciso investigar e que a população acredite”, acrescentou.
Será que o povo brasileiro saberá escolher melhor seus senadores e deputados? Hoje ficamos envergonhado de ter um Senado que deveria ser orgulho para o Brasile não passa de uma casa cheia de escândalos.
Os atos secretos vieram à tona nas últimas semanas após divulgação dos resultados de uma comissão criada para investigar contratações e concessões promovidas durante as últimas administrações do Senado. Esses atos teriam sido usados pela administração da Casa para contratar servidores e autorizar desde a nomeação de parentes de senadores ao pagamento de horas extras para servidores e não foram publicados de maneira imediata, como manda a lei.
Os tais atos secretos foram assinados durante as gestões dos ex-diretores Agaciel Maia (Diretoria geral) e João Carlos Zoghbi (Recursos Humanos). Os dois foram afastados dos cargos por denúncias de envolvimento em licitações fraudulentas e utilização de “laranjas” em empresas, que prestam serviços terceirizados ao Senado.
Para o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), é “imprescindível” que o Ministério Público e a Polícia Federal também participem das investigações a cerca dos atos secretos editados no Senado. “Há suspeição em relação a qualquer conclusão que tenha origem na própria Casa. Temos a responsabilidade de apurar, até porque nossa apuração pode ser mais rápida, mas não podemos prescindir de uma apuração do Ministério Público e da Polícia Federal”, disse o senador. “É a única alternativa”, reforçou Dias sobre a participação de órgãos externos na investigação de irregularidades na Casa.
Na última sexta-feira (12), o procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) Marinus Marsico pediu a abertura de um processo para a investigação de todos os atos secretos do Senado. Além disso, uma comissão interna deve concluir esta semana um relatório sobre os atos secretos. Só que tais atos que pensavam ser dezenas dizem passar de mil.
Fonte: Agência Brasil