Dia Nacional de Combate à Queimadura

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Atletas do futebol se uniram no Dia Nacional de Combate à Queimadura

Para marcar um gol de placa, jogadores do América, Atlético e Cruzeiro, vestiram a mesma camisa e jogaram no mesmo time no Dia Nacional de Combate à Queimadura, lembrado nesta segunda-feira (6), pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). Euller, Mancini e Montillo se uniram fora dos gramados para alertar sobre os perigos das queimaduras e prevenção, além de visitarem a Unidade de Tratamento de Queimados Professor Ivo Pitanguy, do Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. “É um momento de união, onde levamos um pouco de carinho e conforto para os que estão em tratamento na Unidade, principalmente as crianças. O importante é o velho e conhecido remédio, a prevenção”, destacou o atacante do América, Euller. Dados do Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados do Hospital João XXIII, apontam que as baixas temperaturas registradas nesta época do ano, aliada ao período de festas juninas, aumentam os riscos de queimaduras. O álcool líquido é o maior agente causador de queimaduras. Dos casos registrados anualmente no hospital, 47% são por álcool, sendo que em abril deste ano chegou a 53,4%. De acordo com o chefe do Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados da Rede Fhemig, o cirurgião plástico Carlos Eduardo Leão, outro cuidado é com os líquidos aquecidos, a segunda causa de queimaduras e que também aumenta nesse período, já que neste período as pessoas tomam mais sopas, quentões, canjicas, entre outros líquidos quentes. “As crianças são as principais vítimas deste tipo de queimadura e a faixa etária de 0 a 10 anos, elas representam 43% dos casos de todos os tipos de queimaduras”. O cirurgião plástico Ivo Pitanguy, que carrega o nome da Unidade lembra que a principal forma de diminuir o número de casos é a prevenção. “Já constatamos que o álcool é o maior inimigo e que as crianças são as mais afetadas. O queimado não é apenas um problema do médico, é também um problema social, sociocultural. A melhor forma de combatermos esse perigo evitável é a prevenção e acreditar que acidentes domésticos podem sim, acontecer nas nossas casas”, alertou.

Acidentes domésticos

Fernando Venâncio, de 26 anos, se vestiu de Chaminha, mascote da Campanha, pois sabe bem as sequelas que as queimaduras deixaram. Com um ano de vida, teve toda a cabeça e rosto queimados, queimadura de terceiro grau, quando foi até a cozinha e uma panela de gordura fervente caiu sobre ele. “As marcas ficam na pele e na alma. Acidentes simples de serem evitados marcaram a vida de uma criança e adolescente. Hoje, tento conscientizar os pais a zelar pela vida de outras crianças”, relatou Fernando que ganhou de Montillo uma camisa autografada do Cruzeiro. O cirurgião plástico Carlos Eduardo Leão lembra que 51% dos acidentes com queimaduras são domésticos (óleo, chamas, água quente, explosão de gás e álcool líquido) e poderiam ser perfeitamente evitáveis. Destes, 80% acontecem na cozinha.

Álcool líquido

Principal vilão, o álcool líquido faz muitas vítimas nesta época do ano. As pessoas costumam usar o produto para acender fogueiras e churrasqueiras. As queimaduras provocadas por álcool líquido são geralmente graves e deixam sequelas estéticas e funcionais. Em 2002, quando o uso do álcool líquido ficou proibido por um período de seis meses, a Sociedade Brasileira de Queimaduras registrou uma queda de 60% no número de queimados pelo produto em todo o país. Para o cirurgião, a queimadura é um problema sociocultural. “O brasileiro não tem noção do perigo. A população precisa ser preparada para ter essa noção, desde criança. Para isto, é preciso inserir na grade curricular das escolas, a prevenção de acidentes”, ressaltou.

Unidade de Tratamento de Queimados

A Unidade de Tratamento de Queimados Professor Ivo Pitanguy, do Hospital João XXIII, é referência nacional. No 8º andar, são 24 leitos e no 9º, são nove leitos de tratamento intensivo, além de um bloco cirúrgico com duas salas de cirurgia e sala de recuperação anestésica com total infraestrutura, todas equipadas com aparelhagem de última geração, para o mais moderno tratamento cirúrgico do paciente queimado. As enfermarias contam com modernas camas elétricas que proporcionam mais conforto e segurança aos pacientes. Os banheiros foram adaptados seguindo as normas da Vigilância Sanitária. A equipe da unidade de Queimados é formada por profissionais das áreas de cirurgia plástica, clínica médica, pediatria, psiquiatria, terapia ocupacional, psicologia, enfermagem, serviço social e fonoaudiologia.  O presidente da Fhemig, Antônio Carlos de Barros Martins, ressaltou que a missão do Hospital João XXIII é conscientizar a população e evitar que problemas como esses aconteçam. “As queimaduras deixam sequelas pelo resto da vida. Precisamos vestir uma camisa única, que é a da prevenção”. Além disso, o presidente da Fhemig lembra que o hospital atua como referência e excelência no atendimento a pacientes vítimas de politraumatismo, grandes queimados, intoxicações, situações clínicas e cirúrgicas de risco iminente de morte. O diretor da unidade, Eduardo Liguori Cerqueira, lembrou que o João XXIII é o maior hospital de trauma de Minas Gerais e um dos maiores do país. O investimento em obras e a compra de equipamentos de última geração colocaram o hospital com uma tecnologia de ponta, o que proporciona mais segurança e conforto para o paciente, além de propiciar melhores condições de trabalho para os profissionais. Foram investidos R$ 51 milhões.

Fogos de artifício

O cuidado ao manusear fogos de artifício é fundamental para evitar acidentes. Segundo o Corpo de Bombeiros, na maioria das vezes, o acidente acontece com pessoas que normalmente não sabem manusear o foguete, não seguem as orientações do fabricante e muitas vezes estão alcoolizadas. A maioria das vítimas é adulta e do sexo masculino, e chega com lesões de mão e, em alguns casos, de olhos e boca. Existem situações em que a vítima perde dedos, a mão e até casos de cegueira. Nos casos de acidente com fogos de artifício, deve-se envolver a área afetada com um pano limpo para conter o sangramento e jamais colocar qualquer tipo de produto. A vítima deve ser encaminhada para atendimento médico e transferida para um serviço especializado para avaliação do cirurgião plástico e cirurgião de mão.

Primeiros socorros

Em todos os casos os primeiros socorros são os mesmos: usar apenas água fria no local do ferimento até encaminhar a vítima para o hospital. Qualquer outro produto, como pasta de dente ou óleo só piora o estado de saúde do paciente. O cirurgião plástico Carlos Eduardo Leão explica que a água resfria a lesão e acaba com o calor residual, que mina os tecidos, além de promover analgesia. Outra solução é usar uma toalha embebida em água fria.  Existem os grandes, médios e pequenos queimados. Os primeiros são aqueles que tiveram acima de 25% do corpo queimado, seja qual for o grau das lesões. As queimaduras que atingiram de 15 a 25% do corpo são de médio porte e as abaixo de 15% pequenas.

Dicas do Corpo de Bombeiros

Sempre leia e siga as instruções da embalagem;

– Use fogos somente em locais abertos;

– A armazenagem dos fogos de artifício deve ser em local frio e seco;

– Fogos devem ser acionados somente por adultos ou com a supervisão deles;

– Nunca tente reutilizar os fogos que tenham falhado;

– Jamais lance fogos na direção de outras pessoas;

– Nunca atire fogos a partir de lugares fechados, como carros ou residências;

– Nunca faça experiência, modifique ou tente fazer seus próprios fogos de artifício;

– Nunca utilize fogos após ingerir bebidas alcoólicas;

– Não desmonte os fogos;

– Não fume no interior de estabelecimentos que vendem fogos;

– Tenha muito cuidado ao segurar os fogos;

– Crianças e pessoas alcoolizadas não devem soltar fogos;

– Artefatos caseiros aumentam o risco de explosão;

– Use uma extensão nos foguetes para o artefato ficar longe da mão;

– Em caso de acidente, procure o médico imediatamente;

– Medicação popular pode prejudicar o ferimento. Não use;

– Não solte fogos perto de hospitais, postos de combustíveis, aeroportos e fiações.

 

Agência Minas

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