Pandemia de coronavírus não deve ser subestimada

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O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) alerta para que a pandemia de coronavírus não seja subestimada. Embora grande parte das pessoas que contraem a doença tenham sintomas restritos aos vistos em gripes comuns, uma parcela significativa, maior do que em outras doenças respiratórias com as quais estamos acostumados no Brasil, evolui para quadros graves, que requerem cuidados intensivos.
É justamente por conta deste cenário, que pode afetar também pacientes jovens, que preocupações surgem quanto à capacidade do sistema de saúde de absorver a demanda provocada pela covid-19, em especial nos leitos em unidades de terapia intensiva (UTI).

Diante disso, não podemos tratar covid-19 como um simples resfriado. A cada três dias o número de brasileiros infectados duplica. Se a curva de crescimento não sofrer uma desaceleração, pelas características da doença explicadas acima, pode não haver leitos de UTI suficientes, mesmo para pacientes jovens.

Portanto, neste momento, a recomendação mais prevalente em todo o mundo é o de isolamento social, evitando-se aglomerações de pessoas e reduzindo a livre circulação do vírus entre a população. Em particular, estudos recentes demonstram que até 80% das pessoas com covid-19 adquiriram o vírus de pessoas sem sintomas ou com poucos sintomas. Considerando esse dado, atenção especial deve ser dada às crianças, que, em sua maioria apresentam quadros leves ou assintomáticos, mas que podem transmitir a doença a pessoas de maior risco.

Paralelamente a isso, serviços essenciais precisam ser mantidos, assim como ocorre no atendimento médico, que está sendo remanejado de modo a evitar a sobrecarga do sistema de saúde também por outras demandas enquanto poupa recursos antes destinados a atividades passíveis de adiamento neste momento.

Para o Conselho, o cenário pede que todos mantenham o equilíbrio e evitem extremismos. Em um momento de notícias falsas se alastrando rapidamente em redes sociais, o Cremesp recomenda que se busquem informações em fontes confiáveis e que todos os profissionais e autoridades busquem se pautar em recomendações técnicas e na melhor literatura científica disponível.

O Cremesp reforça também que orientações, protocolos e recomendações das autoridades sanitárias devem ser seguidos, em especial, do Ministério da Saúde, sob a coordenação do Ministro Dr. Luiz Henrique Mandetta, a fim de minimizar as consequências da disseminação da covid-19 em nosso país.

 
   

 

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