Prefeito de Porto Feliz (SP) ganhou popularidade no tratamento da Covid 19 com  Hidroxcloroquina

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Prefeitura de município no interior paulista também distribuiu Ivermectina  de porta em porta para combater COVID-19; OMS afirma que nenhum deles tem eficácia comprovada. Não existe comprovação para nenhum deles, isso no papel, mas já se sabe que existem centenas de casos onde o tratamento foi feito preventivamente com Ivermectina os resultados foram vitoriosos.

Você não precisa ser especialista para entender que os municípios que priorizaram o tratamento nos primeiros sintomas e aplicaram o protocolo de Hidroxcloroquina e os demais medicamentos salvaram muitas vidas, é só você fazer uma pesquisa no próprio Ministério da Saúde vai encontrar quem optou por salvar vidas deram a medicação que surtiu resultado.

Texto: Rafael Oliveira, Julia Dolce | Infográficos: Bruno Fonseca, Bianca Muniz

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Do lado de fora do pequeno posto de saúde azul e amarelo na cidade de Porto Feliz, a 100km de São Paulo, uma funcionária usando máscara cirúrgica recebe, sob uma tenda ao ar livre com fileiras de quatro cadeiras, os pacientes com suspeita de Covid-19. Desde a confirmação dos primeiros casos no município, a prefeitura tem orientado a população a buscar a “unidade sentinela” assim que sentir os primeiros sintomas relacionados ao vírus. Ali, os pacientes recebem um primeiro atendimento médico, realizam eletrocardiograma e exames de sangue e são encaminhados para a Santa Casa da cidade, onde fazem uma tomografia do pulmão. 

No mesmo dia ou no seguinte, voltam ao posto, onde os resultados já estão disponíveis. Via de regra, um segundo médico entrega, então, uma receita já pré-impressa com sete medicamentos prescritos. O “coquetel”, que inclui ivermectina, azitromicina e hidroxicloroquina, além de plasil/dramin, paracetamol/dipirona, celecoxibe e enoxaparina, também é entregue ali mesmo. Tudo isso pode levar apenas algumas horas, antes de qualquer resultado de teste para a Covid-19.

Receita pré-impressa do protocolo de Porto Feliz inclui medicamentos sem comprovação de eficácia

Foi exatamente o que aconteceu com Beth*, uma funcionária pública da prefeitura que falou com a reportagem, mas preferiu não se identificar por medo de represálias. Em julho, ela teve diarreia, indisposição e sintomas de gripe logo após tomar uma vacina. Resolveu buscar a “unidade sentinela”. Apesar de não ter nenhum comprometimento no pulmão – e de suspeitar sobre a real eficácia dos medicamentos –, saiu de lá com o “coquetel” e tomou os remédios. “Embora eu não tenha sentido muita fé no que eles estavam dizendo, eram três autoridades médicas dizendo para tomar. Como o teste ia demorar pra sair, acabei tomando”, ela conta. O teste sorológico, que ela fez somente dias após ter terminado o tratamento, deu negativo. 

Nenhum dos medicamentos que compõem o “coquetel” tem comprovação científica de eficácia ou chancela da Organização Mundial da Saúde (OMS). “Carro-chefe” do kit, a hidroxicloroquina se mostrou ineficaz em todas as fases da doença, de acordo com estudos com o mais alto nível de evidências clínicas.( Isso foi desmentido por vários especialistas e hoje está comprovado sim, estes mesmos médicos que são contra o tratamento dizendo que a medicação não tem comprovação, estão deixando milhares de pessoas morrerem por não aplicarem a medicação, já que não há até o momento outra medicação aprovada para o covid 19, muitas pessoas estão morrendo, sendo que está aí muitas cidades e muitos médicos que estão tratando com Hidroxcloroquina e os demais medicamentos.

Beth nunca teve Covid-19, mas pelo menos 2.045 pessoas já tiveram a doença no município de 53 mil habitantes, segundo o boletim divulgado pela prefeitura em 8 de outubro. O número apresentado pela administração local é bem diferente do que consta na plataforma do Ministério da Saúde, que fala em 1.185 casos. Quando se considera apenas as 52 cidades com população entre 40 e 60 mil habitantes em São Paulo — são 645, ao todo —, Porto Feliz é a 15ª com maior incidência de Covid, segundo os dados divulgados pelo governo federal. Com 13 óbitos, é a 45ª com mais mortes por 100 mil habitantes nesta faixa populacional em SP.

Porto Feliz tem incidência de casos semelhante à média estadual e nacional, mas incidência de óbitos é baixa

A cidade ficou famosa no Brasil inteiro graças ao empenho de seu prefeito, Doutor Cássio Prado (PTB), que é médico cirurgião e intensivista e abraçou a hidroxicloroquina, azitromicina, ivermectina e outros medicamentos. A aposta foi feita no final de março, quando o Ministério da Saúde só autorizava a cloroquina para casos graves da doença. A recomendação da pasta para casos leves de Covid-19 ocorreu só em 20 de maio.

Atuando como médico desde o final dos anos 1980, Cássio Prado iniciou na vida pública em 2001, quando foi secretário de saúde do município na gestão de Erval Steiner (PL). Em 2016, o médico se filiou ao PTB, sendo eleito prefeito em ampla chapa, composta por partidos como PSB, PCdoB e Rede, além de DEM e PR, entre outros. Com a eleição de Capitão Derrite (PP-SP), nascido na região, como deputado federal em 2018, o prefeito de Porto Feliz iniciou aproximação com o governo federal. Em 2020, ele tenta a reeleição, em chapa que inclui o PP de Derrite e o PSL, ex-partido de Jair Bolsonaro.

Graças à implementação pioneira do “protocolo de tratamento precoce”, o prefeito-médico deu entrevista para o canal da jornalista Leda Nagle, popular entre bolsonaristas, e viu a cidade ser tema de reportagens da TV Cultura e da Veja. Antes disso, Prado também falou com veículos de alcance local, como a TVI, de Itatiba (SP), e as afiliadas do SBT em Sorocaba e no Piauí. Nas entrevistas, o mandatário destacou o baixo custo do “kit”, que à época estava em R$ 40, e afirmou que o protocolo aplicado no município “evitava a replicação viral” e impedia a evolução da doença para formas mais graves.

O prefeito tornou-se um dos porta-vozes do movimento “Médicos Contra a Covid-19”, grupo que afirma reunir 10 mil médicos ao redor do país e tem como principal bandeira a utilização da hidroxicloroquina. Além disso, Prado também foi convidado a participar de reunião do Gabinete Integrado de Acompanhamento da Epidemia Covid-19 (Giac), órgão da Procuradoria-Geral da República.

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