Raiva pode aumentar 8,5 vezes o risco de infarto

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Estudo observou aumento das chances do problema cardíaco em pacientes que relataram episódios de raiva intensa

A raiva pode mata-lo. Ou pelo menos aumentar o risco de um infarto, de acordo com o estudo Triggering of acute coronary occlusion by episodes of anger publicado recentemente no periódico científico European Heart Journal: Acute Cardiovascular Care, da Sociedade Europeia de Cardiologia. Um grupo de cientistas australianos observou que a chance de uma pessoa in- fartar até duas horas após um episódio de raiva intensa aumentava 8,5 vezes em relação a um episódio de raiva “normal”. “Foram avaliados indivíduos com obstrução em artéria coronária confirmada por cateterismo (um dos mecanismos de infarto do músculo cardíaco) através de questionário para avaliação de níveis de raiva nas 48 horas que precediam o infarto. Este questionário define a raiva em sete níveis”, explica o cardiologista Dr. Fernando Morita Fernandes Silva, do Grupo de estudos em Cardiologia Comportamental do Einstein. Os eventos desencadeadores da raiva mais comuns – relatados pelos pacientes – foram as discussões familiares ou com terceiros e a raiva no trabalho ou no trânsito. “Diversos estressores psicossociais interferem muito em nossa saúde”, afirma o Dr. Silva. “Existem estudos consistentes demonstrando aumento de risco de infarto em pacientes com depressão, distúrbios de ansiedade, como transtorno do pânico e estresse pós-traumático, estresse crônico, perfil pessimista, desemprego, experiências ad- versas na infância e isolamento social.” Segundo o cardiologista Dr. Fernando Morita Fernandes Silva, fatores biológicos, como o aumento do cortisol, dos níveis de adrenalina liberados pelo nosso sistema nervoso e da atividade das plaquetas, com formação mais fácil de coágulos, e fatores comportamentais, como sedentarismo, dieta menos saudável e tabagismo são os possíveis motivos para este aumento do risco de infarto. Apesar de sério, o médico Dr. Fernando Morita Fernandes Silva afirma que há limitações no estudo. “(O estudo) envolveu número relativamente pequeno de pacientes (313) e se baseia em questionário preenchido pelos próprios pacientes, o que pode levar a alguns erros.”

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