Secretaria de Estado de Saúde, combate à tuberculose

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Secretaria de Estado de Saúde participa de encontro sobre combate à tuberculose

A Secretaria de Estado de Saúde (SES), em ação conjunta com a Coordenação Estadual de Pneumologia Sanitária, o Comitê Metropolitano do Fundo Global, representado por entidades civis e governamentais e a Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) promoveu, nesta quinta-feira (7), o III Encontro de Parceria Mineira em Combate à Tuberculose.

O encontro aconteceu na Faculdade de Medicina da UFMG, em Belo Horizonte, e contou com a participação de membros da sociedade civil, como a Pastoral de Rua, a Pastoral Carcerária, Toca de Assis e também membros da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) e demais coordenadores dos centros de atenção à saúde, com o intuito de engajar parceiros na luta contra a tuberculose, através da mobilização permanente.

Segundo o coordenador de Pneumologia Sanitária da SES, Edílson Corrêa, o grande entrave ao combate à tuberculose é o abandono ao tratamento. “O paciente tem acesso na rede assistencial a todos os medicamentos eficazes no combate à doença, gratuitamente. Por se tratar de uma patologia crônica e que exige um tempo maior de cura, algumas pessoas, após a verificação de uma melhora inicial do quadro, tendem a abandonar o tratamento. Contudo, se a tuberculose não for tratada adequadamente, pode evoluir para resistência às drogas tuberculostáticas, aumentando a disseminação e a taxa de óbitos, o que compromete a eliminação total da enfermidade em nosso meio”, ressaltou.

Conforme preconizado pelo Ministério da Saúde, a taxa de abandono ao tratamento deve ser inferior a 5% dos pacientes notificados. Em Belo Horizonte e Contagem, cidades onde se verifica um número maior de ocorrências da endemia, a taxa de abandono ao tratamento chega a quase 20%, ou seja, quatro vezes a mais do que o esperado.

No ano passado, foram notificados somente em Minas Gerais, 4.500 casos da doença, com cerca de 160 óbitos. Segundo o Plano Nacional de Controle da Tuberculose, é desejável que a taxa de cura seja acima de 85%, sendo registrada somente no ano passado, um percentual de cura equivalente a 70%.

De acordo com a assistente social da Coordenação de Pneumologia da SES, Sônia Sporck, esse encontro é a tentativa de consolidar uma parceria com diversos setores da sociedade civil, objetivando na disseminação de informações a uma parte da sociedade que necessita de atenção e acompanhamento maior. “Nossos esforços em conjunto buscam a sensibilização do paciente ao tratamento, disseminando por meio das diferentes instâncias e pelas diversas formas de aplicação, conhecimento e a adesão ao tratamento por completo. Em síntese, buscamos a soma dos esforços para um bem comum” explicou.

No encontro serão apresentados temas relacionados à tuberculose, como a situação epidemiológica geral da doença no Estado e no país, a rede de atenção, ações e programas desenvolvidos para o controle da doença, bem como apresentação de “cases” de sucesso aplicados pelo município de Ibirité, que conseguiu por meio da mobilização social, uma considerável redução nas notificações da endemia.

Saúde pública

A tuberculose se constitui em um grave problema de saúde pública e é considerada, desde 1993, uma emergência mundial pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Três fatores contribuíram para essa situação: o surgimento do vírus HIV, o aparecimento da multidrogarresistência, isto é, uma forma grave, resistente à maioria dos tratamentos disponíveis e com um alto percentual de óbito, e a retirada da priorização do controle da tuberculose pela sociedade instituída.

A cada ano, cerca de 100 milhões de pessoas são infectadas, oito milhões adoecem e três milhões vão a óbito, em todo o planeta. Desses, 98,7% ocorrem nos países considerados pobres. O risco de uma pessoa infectada pelo bacilo adoecer por tuberculose é de 10% durante a sua vida. A doença é um grande problema social, afetando, principalmente, a população de baixa renda, desnutridos e imunodeprimidos, especialmente soropositivos para o HIV. Esses, uma vez infectados, correm um risco de adoecer pela tuberculose muito maior que o da população em geral. O tratamento é gratuito, dura no mínimo seis meses e propicia a cura na quase totalidade dos casos.

 

Agência Minas

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