Você tem medo de quê? Veja as 10 fobias mais comuns e como se curar delas

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É natural e até saudável ter medo. Quando o temor, porém, ultrapassa a barreira da normalidade e passa a ser irracional – por situações ou objetos que não oferecem perigo – o nome muda e começa a ser chamado de fobia. Os sintomas, fisícos e emocionais, incluem palpitações, tonturas, sudorese, agonia e aflição.medo

Como surge, não se sabe exatamente. “As fobias podem ter um componente genético, mas a forma em que ela surge tem a ver com a exposição inicial com o objeto ou situação que é encarada como aversiva”, explica o psiquiatra Gabriel Lopes. “Um exemplo é alguém que estava dentro de um elevador quando faltou luz. A partir dali, a pessoa pode começar a desenvolver medo de elevadores”.

O problema da fobia é que, quando não tratada, ela pode se generalizar. “A pessoa pode começar a evitar de entrar em um prédio só porque ele tem elevadores”, completa Lopes.

A psicóloga Ana Cristina Fraia, da Clínica Maia Prime, explica que embora muita gente pense que esse medo é frescura, ele não é. “Chega a ser incapacitante. Dependendo do tipo de fobia, a pessoa começa a ter medo de sair na rua, de qualquer lugar alto, não consegue mais falar em público. ”

E então, o que fazer para se liberar deste pânico que tornando a pessoa escrava de evitar situações que não oferece perigo real algum?

A boa notícia é que as fobias têm cura. E, ao contrário do que muita gente pensa, o tratamento não é complexo, sendo na maioria dos casos uma terapia rápida, que não proporciona desconforto ao paciente.

Terapia cognitivo comportamental

A terapia cognitivo comportamental é, de longe, o mais indicado para o tratamento de fobias. “É feito um remanejamento de pensamentos. A pessoa vai sendo exposta aos objetos que geram medo, mas de uma forma mais controlada”, explica Ana Cristina.

A chamada terapia de exposição com prevenção de resposta obedece uma escala de zero a 10, sendo que o zero é um estímulo que não causa nenhuma aversão a quem tem fobia e o 10 o estímulo que provoca mais sofrimento. “Tem que ser bem gradual, o paciente vai sendo exposto aos poucos até se acostumar com o objeto ou situação”, explica Lopes.

O psiquiatra explica que, embora algumas teorias psicanalíticas procurem buscar a raiz do problema, o intuito do paciente no momento de sofrimento é se livrar da fobia, então o tratamento deve ter foco no presente. “Precisa ser de hoje para trás. Em alguns casos, o primeiro trauma que fez a pessoa ter a fobia nem mais tem significado”, explica.

Hipnose

O psiquiatra e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Fernando Portela Câmara explica que a hipnose é muito bem indicada no tratamento das fobias simples, que são aquelas em que a pessoa tem uma aversão a um objeto ou situação, como medo de insetos, sangue, altura ou viajar de avião. No caso da fobia social, quando a pessoa tem medo de ser julgada ou sofre para falar em público, a hipnose não funciona bem.

“A pessoa é levada a enfrentar o medo dentro do transe hipnótico, que é um estado relaxado. Ela confronta na imaginação o estímulo fóbico, mas ao mesmo tempo o terapeuta mantém a pessoa relaxada, ou seja, cria um reflexo de tranquilidade.”

Osmar Colas, professor e coordenador do grupo de estudos de hipnose da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), explica que a hipnose proporciona a dessensibilização dos sintomas. “Começamos com a terapia cognitivo comportamental para ensinar a pessoa a controlar os sintomas físicos do medo, como palpitações, respirações rápidas, etc. Depois, a hipnose vai ajudar a amplificar o resultado dessas técnicas”, explica Colas.

Na hipnose, a exposição ao objeto ou situação em que alguém tem fobia é feita pela imaginação. “É mais confortável porque a pessoa sabe que está ali na poltrona do consultório, que está segura. Mas ela vai sentir como se estivesse em contato com a razão do seu medo, é uma realidade virtual”, explica o professor da Unifesp.

Outra técnica é regredir o paciente hipnoticamente para encontrar a razão da fobia, e então mudar o significado daquilo que foi mais traumático. “A regressão deve ser muito cuidadosa, para não gerar desconforto no paciente”.

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