A ascensorista

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Na sexta-feira, primeiro de fevereiro de 1974, houve em São Paulo um dos maiores incêndios da história do Brasil. O edifício Joelma, de 24 andares, situado na Av. Nove de Julho, 225, ficou inteiramente destruído. Uma pane no sistema de ar condicionado, no 12º andar, espalhou fogo por todo o prédio. Faltavam 10 minutos para as 9 horas da manhã. Das 600 pessoas que ali trabalhavam, 188 perderam a vida. Um terço das pessoas morreu quando, na tentativa de se salvar, se jogava desesperadamente das janelas. Era um salto absurdo para a morte certa. Um quarto pereceu subindo para o terraço, tentando escapar das chamas.

Segundo o jornal A Folha de São Paulo, “A história da prevenção aos incêndios no Brasil pode ser dividida em AJ/DJ – antes do Joelma e depois do Joelma. Só depois do incêndio do edifício Joelma (…) é que foi criado o primeiro regulamento oficial sobre segurança contra incêndios” (03-02-2013).

Os elevadores desempenharam um papel importantíssimo no resgate das vítimas. Cerca de 300 pessoas sobreviveram descendo por eles. O que desejo destacar, porém, é o espírito de autos sacrifício de uma ascensorista. Ela havia recebido ordens para abandonar o elevador, se realmente quisesse se salvar. Mas, ao invés de fazer isso, ela permaneceu trabalhando, subindo e descendo. A cada viagem ela voltava com cerca de 25 pessoas, resgatadas das chamas. Mas ao subir pela quarta vez, no momento em que o elevador chegou ao vigésimo andar, a energia elétrica acabou.

No dia seguinte, seu corpo foi encontrado carbonizado perto da porta do elevador. O heroísmo dessa criatura é uma dramática, conquanto distante, ilustração do que Cristo fez por nós. Por causa da morte dele, nós podemos ter a vida eterna. Como diz o autor de Hebreus: “Mas agora, na consumação dos séculos, [Cristo] uma vez por todas se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo” (Hb 9.26).

Pr. João Soares da Fonseca – [email protected]

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