O que nos faz discípulos de Jesus?

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“Disse Pedro: Não; nunca lavarás os meus pés. Jesus respondeu: Se eu não os lavar, você não terá parte comigo.” (João 13.8)

Durante muito tempo acreditei que ser discípulo de Jesus tinha a ver com o que eu era capaz de ser para Ele ou fazer para Ele ou em nome dele. Pensei que eram as minhas atitudes o aspecto determinante. E neste caminho tive dois tipos marcantes de experiências. Quando me saía bem, tornava-me intolerante com os demais. Afinal, eles precisavam também se esforçar e mostrar respeito pelo Mestre. E diante de suas falhas, o que me vinha à mente era a necessidade que tinham de disciplina para que pudessem se endireitar. Mas agir assim me desidratava a alma, se é que me entende! Porque, de alguma forma, via como tudo isso não resultava em vida de verdade. Pretendia ser zeloso e amoroso, mas acabava sendo, na maioria das vezes, intolerante.

Isso sem falar nas vezes em que eu fracassava. Por incapacidade ou por fraqueza, agia em contradição ao que afirmava ser: um discípulo de Jesus. Por mais que soubesse o que era correto, escolhia ou simplesmente era superado em forças pelo que sabia ser errado. Algumas vezes busquei disciplina, mas ela não me aperfeiçoou. Em todas busquei perdão e fiquei maravilhado com a graça de Deus. Quantas vezes Ele me abraçou amorosamente. Entendi melhor a Parábola do Filho Pródigo. E comecei lentamente a entender que, é o que Jesus fez por mim e continua fazendo que me faz Seu discípulo. E não o que eu faço por Ele, para Ele ou em nome dele. A parte decisiva do meu discipulado é Ele quem faz e cumpre. Ele não desiste de mim. Por isso sou seu discípulo.

Isso ajuda-me a entender o que Jesus disse a Pedro. A lógica de Pedro era como a minha. Não é Jesus que tem que curvar-se e lavar meus pés, sou eu quem deve fazer por Ele. Mas somente Ele, de fato, é quem pode fazer isso como se deve fazer. Somente Ele é humilde e amoroso o bastante. Eu não. Pedro precisava desse constrangimento para aprender. Como discípulo seu ministério não seria lavar os pés de Jesus – ninguém pode lavá-los – mas lavar os pés de outros pecadores. Seria amar como foi amado, servir como o Mestre serviu. É isso que nos faz discípulos: o amor e serviço de Jesus a nós levando-nos a amar e servir a outros. Ser discípulo é repetir Jesus na vida do outro. Não se trata de eu e Jesus, mas eu e você. Nós e os outros. Tudo com consequência da inigualável humildade e do imensurável amor de Jesus por nós.

Igreja Batista da Praia do Canto www.ibpc.org.br

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