Crítica: Casos de Família

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cristina-rochaO ápice dos telebarracos foi há dez anos. Nesse meio tempo, as emissoras brasileiras trocaram as atrações que exploram o drama de pessoas simples pelos policialescos-mundo-cão.

Porém, desde que Christina Rocha assumiu o projeto, em 2009, a atração assumiu sem vergonha de ser feliz sua verdadeira vocação: incitar a confusão através de um falso espírito de conciliação.

Christina se jogou de cabeça na ideia de alimentar a discórdia, ao mesmo tempo em que finge amenizar as discussões no palco. É sua função manter a confusão acesa. Para ajudar, ela berra junto com os convidados e já provou no “Quem Convence Ganha Mais?” – uma espécie de “Casos de Família de Verão” – que pode inclusive bater boca com os participantes.

Os temas do vespertino se tornaram um show à parte. As pautas são tão inacreditáveis – foram até transformadas em um famoso meme nas redes sociais -, que o telespectador não sabe o que é real e o que é ficção. Para se ter uma ideia, o assunto do programa de sexta-feira (19) é “Cansei de ser santa, agora vou liberar geral”.

O desdobramento dessas questões no palco também é tão surreal que a impressão que se tem é de que tudo é armado. Rumores dão conta de que a produção paga pessoas para chegarem ao grau máximo do ridículo. Talvez por isso, o público deixou de levar a sério o que acontece ali. Afinal, é impossível dar credibilidade a personagens tão peculiares debatendo temas absurdos na TV.

De tão trash, “Casos de Família” passou a ser visto como cult por alguns. A produção só precisa ter o cuidado de não passar do limite, como no dia em que tratou com naturalidade um caso de pedofilia e prostituição infantil.

Na ocasião, um homem de 52 anos contou que se casou com uma jovem de 21 anos quando ela ainda tinha 11 anos, e que costumava se envolver com meninas mais novas, as quais lhe custavam apenas R$ 5.

Esse tipo de situação estraga o show.

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