Corpo de Bombeiros abre oportunidades para adolescentes

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Crianças e adolescentes com histórias de vida marcadas pelo abandono, pelas drogas e pela violência estão aprendendo a deixar no passado o peso de suas lembranças e trilhar um novo caminho. O esporte tem sido o incentivo para a mudança. Por meio do projeto “Bom na Água e de Bem com a Vida”, desenvolvido pelo 2º Batalhão do Corpo de Bombeiros, no bairro Eldorado, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), eles estão frequentando aulas de natação e recebendo noções de ordem unida, onde aprendem a marchar em tropa como os militares.

Criado em 2010, o projeto é voltado para jovens em situação de risco social, alguns em cumprimento de medida socioeducativa, ou afastados da família, muitas vezes por ordem judicial. Atualmente 50 jovens, divididos em duas turmas, com idade entre nove e 17 anos, frequentam o projeto duas vezes por semana, encaminhados a partir de parcerias firmadas entre Organizações Não Governamentais (ONGs) e órgãos de assistência social municipais.

As atividades físicas acontecem na sede do batalhão, sob a orientação do capitão Paulo Enock. O oficial destaca que a prática de atividades físicas tem papel importante na recuperação dos garotos, mas considera que o maior aprendizado é, antes de tudo, o da cidadania. “A nossa intenção é resgatar esses adolescentes e fazê-los voltar à convivência com as pessoas. A disciplina é uma palavra nova para eles, que não conheciam limites”, explica.

Resultados

A confiança depositada nos jovens por parte dos mestres é retribuída pelos adolescentes que, desde o início das aulas, nunca registraram qualquer problema relacionado à indisciplina ou má conduta. “Pelo contrário, os resultados são visíveis. Percebo mudanças de comportamento depois que eles começaram a conviver com os bombeiros. Eles não conheciam regras e nem boas maneiras. Hoje, estão mais educados e felizes”, relata o agente social Welberth Andrade, que acompanha o grupo no dia a dia.

Rafael, de 16 anos, está no projeto há cinco meses e conta que já se considera um exímio nadador. Ele conta que as aulas têm sido muito importantes, pois permitem fazer amigos no grupo. Para o caçula da turma, Robert Ribeiro, de 13 anos, que está há um mês no projeto, a convivência com os bombeiros está tornando possível realizar planos para um futuro, antes comprometido. “Quero continuar a estudar e aprender muitas coisas. Meu sonho é ser médico”, planeja.

Januário, de 15 anos, no projeto há cinco meses, diz que está começando um novo roteiro de vida. O garoto revela que quer fazer Engenharia Elétrica e que o projeto tem lhe ensinado o valor da união. “Moramos todos juntos e, depois que viemos pra cá, estamos mais unidos”, diz.

Parcerias

O projeto “Bom na Água e de Bem com a Vida” é mais uma das ações do Corpo de Bombeiros Militar desenvolvidas em parceria com a sociedade civil. A corporação, que completa 100 anos no dia 31 de agosto deste ano, gerencia outros projetos, que têm como público-alvo crianças, idosos e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.

O projeto “Bombeiro Amigo do Peito” é outro exemplo, fruto de parceria com Bancos de Leite Humano (BLH) das prefeituras. Bombeiros do quadro feminino coletam o leite nas residências e o encaminham para crianças hospitalizadas. A prática é desenvolvida no 4º Batalhão de Juiz de Fora, na Zona da Mata, no 9º Batalhão de Varginha, no Sul de Minas, e no 1º Pelotão de Pouso Alegre, também no Sul do Estado.

Já em Divinópolis, no Centro-Oeste do Estado, o projeto “Bombeiro Sênior” reintegra e recupera a autoestima de um grupo de 93 idosos. “Como entidade pública, temos que cumprir nosso papel social, além de desenvolver nossa missão constitucional. O Estado tem esse papel e nós somos um braço dele”, reforça o capitão Enock.

Para saber mais sobre as ações de parceria com a comunidade, acesse o site do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais

 

Agência Minas

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