Música é a linguagem universal das emoções

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Luiz Carlos Amorim

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

“Música é a linguagem universal das emoções”. Não é, necessariamente, sinônimo de alegria. Nela exprimimos esperanças, anseios e aspirações, sentimentos cuja profundidade nem sempre as palavras traduzem.

Música é cultura, tradição, é arte. Ela pode ser dividida por suas características regionais, ritmos e mensagens, mas não deixará de ser predominantemente jovem, por mais antiga que seja. Música é sinônimo de juventude de espírito.

A música clássica, por exemplo, tem permanecido no tempo com importância sempre crescente, angariando novos adeptos, à medida que ocupa espaços antes ocupados por estilos mais populares. De música erudita apreciada apenas por intelectuais que foi – e talvez não tenha deixado de sê-lo de todo – o som clássico universal vem ganhando progressivamente a aceitação e adesão dos jovens, ao dividir espaço com outros tipos de música, no rádio, na televisão, na Internet.

Já a música sertaneja, considerada há algum tempo, por uma grande parte do público ouvinte, como rudimento de mau gosto musical, tem subido na preferência popular, equiparando-se, em venda e execução, a grandes sucessos de outros gêneros musicais, inclusive entre os importados. Ela, a música sertaneja (há ainda quem a chame de “caipira”?), que se reveste de grande importância por retratar, no seu modo singelo, a sensibilidade, o lirismo e a poesia de uma gente simples e pura.

O jovem, particularmente, prefere a música romântica e o som pesado, como rock, os “raps” e as bandas novas que vão surgindo, com experiências diferentes e inovações. Alguns, no entanto, já estão aderindo ao “sertanejo universitário”. E não são poucos.

A música popular brasileira, apesar de prejudicada pela invasão dos sucessos importados, resiste na luta com bons compositores e intérpretes que tem.

Em se falando de Música Popular Brasileira, pensamos logo “samba”. Há que se esclarecer, no entanto, que o samba é o resultado da influência africana, do canto dos negros escravos que, tirados de sua pátria para servirem os senhores brasileiros, implantaram características e costumes seus na nossa cultura. Não é, pois, algo que tenha tido origem entre os nativos da terra.

Na verdade, não existe a genuína Música Popular Brasileira, aquela nascida aqui, exclusivamente com motivos da terra, da gente da terra, da cultura da terra, se não considerarmos a música sertaneja (ou caipira?). Foi ela que nasceu no nosso meio rural, no interior do nosso país, sem qualquer influência que não da vida simples do homem do campo, seu trabalho, seus amores, suas dores, sua terra. É certo que hoje ela já é mais urbana, mas mantém suas raízes – o som e os temas perseguem as origens.

Pode parecer exagero, mas não é de hoje que os discos de música sertaneja vendem tanto ou mais do que qualquer outro gênero de música. Há duas ou três décadas atrás, atribuía-se isso ao fato de ser mais barato o disco deste tipo de música. Hoje, os sucessos sertanejos aparecem nas listas dos mais vendidos ao lado ou acima de sucessos internacionais e ninguém mais tem vergonha de dizer que gosta dessa música, que pode ser a mais executada, a mais ouvida e mais cantada, em qualquer lugar no país, seja nos grandes centros ou em pequenas cidades.

Apesar disso, o samba foi consagrado como símbolo da Música Popular Brasileira. Não que isto seja ruim, mas denota mais uma influência de fora que predominou no Brasil, dentre tantas. Mas a originalidade, a singeleza, o lirismo e a autenticidade da música sertaneja, tão popular e tão brasileira, tem a sua força.

Sobre o autor: Luiz Carlos Amorim é Coordenador do Grupo Literário A ILHA em SC, com 30 anos de atividades e editor das Edições A ILHA, que publicam as revistas Suplemento LIterário A ILHA e Mirandum (Confraria de Quintana), além de mais de 50 livros. Editor de conteúdo do portal PROSA, POESIA & CIA. e autor de 25 livros de crônicas, contos e poemas, três deles publicados no exterior. Colaborador de revistas e jornais no Brasil e exterior – tem trabalhos publicados na Índia, Rússia, Grécia, Estados Unidos, Portugal, Espanha, Cuba, Argentina, Uruguai, Inglaterra, Espanha, Itália, Cabo Verde e outros, e obras traduzidas para o inglês, espanhol, bengalês, grego, russo, italiano -, além de colaborar com vários portais de informação e cultura na Internet, como Rio Total, Telescópio, Cronópios, Alla de Cuervo, Usina de Letras, etc.

O autor assina, também, o Blog CRONICA DO DIA, em Http://luizcarlosamorim.blogspot.com

1 COMENTÁRIO

  1. Sr Luiz Carlos Amorim
    O Sr começou muito bem o texto com a universalidade da musica o seu papel social mas depois perdeu o seu valor cometendo o erro de julgar. creio que tenha sofrido certa influencia do regionalismo enfim vamos as erratas principais a saber: 1) samba é sim musica essencialmente brasileira pois vem de uma fusao de povos que so ocorre aqui. tem sim todas as influencias africanas mas tambem portuguesas e a do indio que so existe aqui. samba só existe no brasil apesar de ultimamente enfim estao aparecendo grupos estrangeiros tao bons quanto os daqui. tambem sofre influencia europeia que atuou aqui com intensidade funde outros ritmos que so o brasileiro conhece tais como maxixe, lundu, choro, etc… 2) musica sertaneja sofre imensa influencia estrangeira. tanto na sua origem vinda das polcas, serenatas do romantismo de modo geral, como continuamente troca informacoes com os paises vizinhos nas regioes de fronteira e ainda hoje cada vez mais os meios de comunicacao encurtam as distancias. 3) existem diversos outros generos de musica essencialmente brasileira que nao existe em mais lugar nenhum. só para citar alguns: pagode (demoninacao de muitos estilos de musica brasileira novos e antigos), forró(tbem engloba muitos generos), gafieira, enfim. muito facil generalizar para tirar conclusoes porem corre-se o risco de cair em preconceitos e acabar falando besteira.

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