Na tarde do dia 21 de abril, gritos de dignidade ecoaram por São João del-Rei. Aproximadamente 10 mil professores, vindos de todas as regiões de Minas Gerais, reivindicaram salários dignos e melhores condições de trabalho. Na maior mobilização organizada pelo Sindicato Único dos Trabalhadores de Educação de Minas Gerais (Sind-UTE), o Governo Mineiro foi atacado diretamente, porque, segundo os manifestantes, sucateou e abandonou a educação. Foi decidido, quase por unanimidade, que a greve seria mantida por tempo indeterminado.
No dia da Inconfidência Mineira, a mobilização teve um forte significado simbólico, já que foi realizada em terra de democracia e liberdade. “É sabido, por todos, que São João del-Rei é terra de poetas, artistas, músicos, políticos e politicagem. Por isso, nesse dia de tantas comemorações cívicas, é de grande importância que essa cidade seja palco de mobilização e reivindicações sociais”, disse Maria Nazaré dos Santos, diretora do Sind-UTE.
Em Assembleia, a categoria votou pela continuidade da paralisação. “Esse é o nono dia da greve. Sabíamos das dificuldades, mas tínhamos um objetivo claro: a notificação dos vergonhosos salários praticados pelo Estado. A greve continua até que os políticos nos proponham algo concreto”, declarou a coordenadora do Sind-UTE, Biatriz da Silva Cerqueira.
“Salários de fome”
Em média 75% dos professores da Rede Estadual de Ensino estão em greve. Eles pararam porque o governo de Minas Gerais não cumpre a Lei Federal nº. 11. 738 – que estipula o piso salarial dos profissionais de educação em R$ 1312, 85 reais. Contracheques lidos na manifestação exemplificam os vencimentos irrisórios recebidos pelos profissionais da educação: uma professora magistrada ganha R$ 369,00; um professor com nível superior, R$ 481,00 e um auxiliar de educação, R$ 315,00 reais. “Isso não é novidade. Temos que denunciar os péssimos salários e fazer com que a sociedade entenda e apóie a greve”, falou Biatriz Cerqueira.
Para José Luiz Rodrigues, diretor do Sind-UTE, educação, saúde, moradia e democracia estão enforcadas em Minas Gerais. “O mundo da fantasia de Aécio Neves e Antônio Anastasia é feito de enganação, eles acabaram com a cidadania. Os professores precisam trabalhar três turnos para conseguirem sobreviver com seu salário de fome”, afirmou Rodrigues.
Dia 14 de abril, representantes do Governo e Sindicato se reuniram, mas não foi apresentada nenhuma proposta. “Queremos um piso salarial de R$ 1312,85 para uma jornada de 24 horas e nível médio de escolaridade. A greve está em crescimento, cada vez mais municípios estão aderindo. Isso mostra a força dessa greve em Minas Gerais”, ressaltou Biatriz Cerqueira.
Desmedalhamento
Ao final do ato, os líderes do Sind-UTE fizeram a “Cerimônia de Desmedalhamento”, uma espécie de homenagem vergonhosa prestada ao IMPSEMG, à Mídia, a Antônio Anastasia e Aécio Neves, entre outros.
Próximos atos
O Sind-UTE se prepara para diversas atividades regionais no dia 27, terça-feira. Já no dia 29, outra Assembleia, em Belo Horizonte promete pressionar os políticos e chamar a atenção da mídia para a causa dos educadores.
“Belo 21 de abril. Dá orgulho ver São João tão cheia e com muitas pessoas na rua exercendo a liberdade de pensamento e manifestação. No caso, os educadores, quer classe mais preocupada com o futuro da juventude do que essa, lutam pelo princípio básico de qualquer trabalhador: o reconhecimento econômico e social. O modo como o ato foi organizado está de parabéns também, organizado, consciente, sem problemas com a PM e ecologicamente correto (o máximo possível numa aglomeração). A liberdade expressa é maravilhosa de se ver e ouvir. Arrepia e emociona a força do brado democrático vindo de cidadãos engajados politicamente e que lutam por seus direitos. Como já expressaram muitos pensadores políticos (consutar Robert Dahl) a demoracia só se torna realidade com a participação cidadã. Por isso, todos os preconceitos contra greve e manifestações devem ser quebrados. Na terra de Tancredo e Aécio, impregnada pelo clientelismo dos aliancistas, os gritos ainda ecoam até hoje. Quem sabe abriram a cabeça de muitos que os sentiram, nos pelos ouriçados… “
As três maiores escolas de Ouro Branco estão paralisadas.Infelizmente, ainda temos colegas trabalhando em duas escolas de porte menor, mas que fortalecem a posição do governo e evidenciam a conduta contrária à sua própria classe.Mas ironicamente, também estão insatisfeitos com o salário.Como se sentem em cruzarem os braços diante de tal luta? As conquistadas serão de todos, a batalha, porém,… REFLITA!PARTICIPE!
Isso aí dessa vez não podemos desanimar, temos que manter a união para conseguirmos mostrar para este país que a educação em minas não é essa maravilha que a mídia prega.
Como pai de aluno, gostaria de manifestar o grande descaso dos políticos com a Educaçao. O que o governo de Minas fez nos ultimos 12 anos com a educação é sem precedente_ por exemplo: o aluno nao pode mais ser reprovado, até mesmo o com muitas faltas, que cideadão estaremos formando???
Levem alguns manhuaçuenses que estudarem na Escola Maria de Lucca Pinto Coelho ha 40 anos atrás – as carteiras, os quadros, a iluminação, a biblioteca, parecem parados no tempo, informática – só no sonho!!!
E o sucateamento público direto…
A grande realidade foi definida por Arnaldo Jabour – investir em Educação não dá votos…
Eta politiquinha.
Essa é uma luta justa. Só mesmo os professores que desenvolvem um trabalho sério e responsável dentro da sala de aula é que podem mensurar o quanto somos merecedores de um salário justo e compatível com o empenho e a dedicação que empreendemos para oferecer aos nossos alunos uma educação de qualidade. parabens a todos os professores que se uniram em favor da categoria.E somando esforços que atingiremos nossos objetivos.
Há muitos colegas ganhando menos que o mínimo;coisa que o inativo consegue.sou professor há 12 anos,com esse salário não posso ter acesso nem a bons livros ,revistas ou até mesmo manter os as mensalidades p/ ter acesso diário à internet.Tá ruím,em….
por isso e que esta categoria nao pode desistir da luta,devem manter firmes em seus propositos.