Torcedor que não for ao Mineirão não terá Wi-Fi na Copa do Mundo

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Quem for ao Mineirão durante os jogos da Copa do Mundo poderá ter problemas para acessar a internet por meio de celulares ou dispositivos móveis. Isso porque os torcedores – locais e turistas – vão contar apenas com os pacotes de dados de suas respectivas operadoras. Um acordo operacional e comercial para instalação de rede Wi-Fi – que já foi feito em outros seis estádios da Copa – dificilmente sairá do papel em Minas Gerais. O impasse se dá entre a Minas Arena, administradora do Mineirão, e o consórcio das operadoras de telefonia.images (18)

A intenção das empresas é disponibilizar a infraestrutura de Wi-Fi para universalizar os serviços e também desafogar os sistemas das tecnologias 3G e 4G e, dessa forma, evitar os congestionamentos nas redes de comunicação.

Procuradas por , as operadoras Oi, Vivo, Claro e TIM preferiram não se pronunciar isoladamente, pois a negociação envolve todas as empresas que participam do consórcio e está sendo conduzida pelo Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil). Em Minas Gerais, o consórcio é liderado pela Oi. O TEMPO

Segundo o SindiTelebrasil, para melhorar a qualidade dos serviços de telecomunicações nos estádios da Copa do Mundo, inclusive no Mineirão, as prestadoras solicitaram autorização para a instalação de rede Wi-Fi. A ideia é atender gratuitamente a transmissão de dados e uso de internet pelos torcedores. Essa infraestrutura viria a reforçar a cobertura in-door que está sendo instalada no estádio e será concluída em fevereiro. Mas, ainda de acordo com o sindicato, a administração do Mineirão não autorizou a instalação da nova rede.

“Não estão deixando implantar uma rede Wi-Fi para melhorar o serviço”, disse o diretor-executivo do SindiTelebrasil, Eduardo Levy, em entrevista à rádio CBN. Ele disse ainda que algumas administradoras querem instalar redes próprias para cobrar dos torcedores, o que foi prontamente negado pela Minas Arena em relação ao Mineirão.

A Minas Arena se pronunciou apenas por meio de sua assessoria de imprensa, mas deu uma resposta contraditória. Ao mesmo tempo em que afirma desconhecer que as operadoras queiram instalar redes Wi-Fi gratuitas para os torcedores, a administradora afirma que, “nas condições apresentadas pelas operadoras, não há interesse técnico”.

A assessoria garantiu ainda que o Mineirão não será prejudicado, porque não haveria necessidade do Wi-Fi. “Hoje as operadoras utilizam uma grande sala no estádio, onde estão ampliando os recursos de telefonia celular 3G e 4G”, informou a administradora, completando que “a rede Wi-Fi própria atende às pessoas envolvidas no espetáculo como funcionários, repórteres, fotógrafos, entre outros”.

Governo

Neutro. A Secretaria de Esportes informou, em nota, que “não há interferência do governo na relação comercial entre a concessionária e as operadoras em caso de instalação de rede Wi-Fi dentro do estádio”.

Garantidos

Sedes. Dos 12 estádios para a Copa do Mundo 2014, pelo menos seis terão Wi-Fi gratuito para os torcedores, de acordo com o SindiTelebrasil. As redes ainda estão em processo de instalação.

Lista. São eles: Maracanã, no Rio de Janeiro; o Estádio Nacional de Brasília, na capital federal; a Arena Fonte Nova, em Salvador; o Beira-Rio, em Porto Alegre; a Arena Pantanal, em Cuiabá; e a Arena Amazônia, de Manaus.

Estádio do Itaquerão é o que mais preocupa
A maior preocupação doSindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil) é para o jogo de abertura no Itaquerão, em São Paulo. Isso porque as obras atrasaram e a sala de 200 m, onde ficarão instalados os equipamentos básicos para os serviços das teles em 3G e 4G, não foi disponibilizada.

“Não temos nada no Itaquerão. Isso nos preocupa muito. Temos que receber essa sala com, no mínimo, 120 dias para testar tudo. E ainda teremos que negociar a rede Wi-Fi”, destacou o diretor-executivo do SindiTelebrasil, Eduardo Levy, em entrevista concedida à rádio CBN. Ele disse ainda que a situação em Curitiba é semelhante. Para o início do Mundial, faltam 139 dias.

Sem ‘reforço’, acesso a dados complexos fica comprometido

O presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude, explica que toda vez que ocorrem grandes aglomerações a rede não está preparada e as operadoras se mobilizam para aumentar a capacidade temporária.

No entanto, para ele, a solução desenvolvida para estádios consegue atender uma boa parte do tráfego de dados. “Em Londres, as pessoas conseguiram acessar, mas não conseguiram visualizar vídeos para ver outros eventos ao mesmo tempo. Você consegue acessos básicos, mas em sistema de vídeo o consumo de dados é muito alto”, analisa.

Na avaliação do consultor, pode haver momentos de congestionamentos em estádios sem Wi-Fi gratuito e que não tiver um reforço que atenda à tecnologia 3G e 4G. “O Wi-FI é usado como uma maneira de dividir parte do trafego”, reforça.

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