Depois de causar incômodo no Palácio do Planalto ao se aproximar do vice-presidente Michel Temer (PMDB), prefeito eleito de Salvador elogia o governo Dilma, mais equilibrado “na posição institucional”, segundo ele, e minimiza alfinetada da presidente sobre “governinho” em Salvador. O democrata não descarta nem aproximação com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB)
Finda a eleição municipal, é hora de equilibrar os discursos. Eleito em campanha que contou com a oposição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff, o prefeito eleito de Salvador, ACM Neto (DEM), agora prefere elogiar o governo Dilma. “O governo Dilma é melhor que o do Lula. Tem mais equilíbrio na posição institucional”, disse ACM Neto
ACM Neto causou desconforto no Palácio do Planalto ao buscar interlocução com o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), cujo partido apoio sua candidatura em Salvador. A aproximação levou Temer a buscar a presidente nesta quarta-feira para explicar a situação e evitar desgastes entre PMDB e PT. Questionado sobre o assunto, o democrata disse que procuraria a presidente também. Agora, o democrata fala em criar pontes com a presidente e com o governador da Bahia, Jaques Wagner.
A ironia é que ACM Neto foi alvo de uma alfinetada de Dilma no fim da campanha eleitoral deste ano. Durante comício em Salvador, a presidente disse que cidade não poderia ter um governo “pequenininho” — o democrata mede 1m68. Questionado sobre o episódio, ACM contemporizou: “Aquele calor do palanque, do embate… Eu acho que a presidente tinha direito de ir a Salvador”.
Na entrevista, o democrata se negou a fazer previsões sobre alianças para 2014. Disse apenas que o DEM tem “uma relação histórica com o PSDB”. “Aécio tem muitos amigos dentro do Democratas. Mas ainda é cedo”, completou, sem descartar uma possível aliança com o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos. “Eu acho que neste momento não se deve descartar nenhuma hipótese”, disse.