Comissões estaduais da verdade criam rede nacional para acompanhar processos

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As comissões estaduais da verdade decidiram criar uma rede nacional com objetivo de dar continuidade às recomendações feitas nos relatórios apresentados até agora. A decisão foi tomada ontem (17) e faz parte de uma carta lançada ao final de um encontro, no Rio, entre representantes de comissões da verdade de seis estados: Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.

O presidente da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro, Wadih Damous, disse que a rede vai garantir que o trabalho de anos das comissões não fique sem providências. “O trabalho continua, porque ainda há muita coisa para se investigar, apurar e revelar. Talvez este trabalho não se conclua com o término das atividades das comissões, daí nós termos idealizado este encontro, para tratarmos do legado e de mecanismos de monitoramento das recomendações da comissão nacional e das comissões estaduais”.

O representante da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Ivan Seixas, ressaltou que a Comissão Nacional da Verdade (CNV) foi um ponto de partida para se revelar ao país o que houve na época da ditadura. “As recomendações dão início a uma nova fase, que tem de ser assumida pela sociedade. As comissões estaduais, municipais, de universidades e de sindicatos fizeram parte de uma grande rede e continuam funcionando. Então é muito importante os seus desdobramentos, porque nada terminou, a impunidade do passado serve de incentivo à impunidade do presente”.

A presidente da Comissão Especial para Mortos e Desaparecidos Políticos, procuradora da República Eugênia Gonzaga, ressaltou que é importante retomar os trabalhos da entidade, que foi uma das gêneses das comissões da verdade. “A entrega do relatório da CNV pode ter dado a impressão de que os trabalhos estavam encerrados, mas ainda há muito o que se fazer. A permanência dessas comissões da verdade vai fazer com que as situações de morte e desaparecimentos possam continuar a ser apurados, para serem levadas à Justiça e possibilitar a identificação dos corpos”.

Outras informações sobre o relatório apresentado pela CNV, em dezembro do ano passado, à presidenta Dilma Rousseff, podem ser encontradas na página do órgão na internet .

Fonte: Agência Brasil

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