Se você acha que a criançada não liga mais para jogos por causa da tecnologia, atenção: sua visão provavelmente está limitada. Crianças, sobretudo na primeira infância, gostam de fazer aquilo que são incentivadas e com os jogos não é diferente. Crianças aprendem a partir do que vivem muito mais do que pelo que dizem para ela, então não tem melhor jeito de criar uma cultura de jogos na família que não seja jogando, explica a neurocientista parceira do SUPERA – Ginástica para o cérebro, Livia Ciacci “Não basta comprar e presenteá-la com jogos, ela precisa entender como funciona a brincadeira, então reserve um momento na agenda da família para preparar uma pipoca e sentarem-se juntos na mesa ou no tapete para jogar, sem pressa e sem aparelhos eletrônicos! A rotina corrida e a ausência de um tempo em família seja talvez seja a principal barreira para que os pais adotem este tipo de recurso”, alertou. Ganhos para o cérebro e muita diversão! Além de proporcionar diversão para toda a família, inúmeros jogos são pensados para estimular o cérebro e até mesmo tirar ele da zona de conforto. Este assunto é tão sério que os jogos foram parar na ginástica para o cérebro, ou estimulação cognitiva, um recurso adotado em todo o Brasil por inúmeras pessoas de diferentes idades “Muitos jogos são pensados para criar um ambiente desafiador ao cérebro, e quando atrelados a técnicas que tem respaldo pedagógico e possuem validação da neurociência, tem um resultado ainda mais positivo, além, claro, a diversão que atrelada a uma coleção de boas memórias”, lembrou a especialista do SUPERA – Ginástica para o cérebro. Os jogos de tabuleiro podem estimular uma variedade de habilidades cognitivas e emocionais, como por exemplo, atenção sustentada, raciocínio lógico e resolução de problemas, tomada de decisão, coordenação motora, memória, aprendizado e cultura de línguas e culturas, trabalho em equipe, resiliência, habilidades sociais, e planejamento estratégico. “É importante reiterar que o tipo de habilidade estimulada depende do jogo em questão. Portanto, escolher jogos que correspondam aos objetivos de aprendizado desejados é essencial para aproveitar ao máximo os benefícios cognitivos e emocionais que os jogos podem oferecer”, explicou. Confira jogos que vão divertir e estimular o cérebro neste Dia das Crianças: · Jogos de Quebra-Cabeça: como Sudoku, Tangram, Parede Colorida, Torre de Hanoi, Hora do Rush e jogos de raciocínio, desafiam as habilidades mentais das crianças ao exigir que elas encontrem soluções baseadas em regras e padrões. Habilidades Estimuladas: Raciocínio lógico, resolução de problemas, pensamento crítico, criatividade. · Jogos tridimensionais de montar: como o Lego, o Abstratus e outros jogos de blocos permitem que as crianças criem suas próprias criações, estimulando a criatividade e o pensamento tridimensional. Habilidades Estimuladas: Criatividade, imaginação, habilidades motoras finas, visão espacial, expressão artística. · Jogos de linguagem e comunicação: como o Só uma, Qual é a palavra, Monta palavras, Palavras cruzadas, que desafiam as habilidades linguísticas das crianças, incentivando-as a formar palavras com as letras fornecidas e relacionar sinônimos e associar significados. Habilidades Estimuladas: Vocabulário, ortografia, raciocínio lógico, pensamento estratégico. · Jogos de estratégia: como Xadrez, Dama, Abalone, Território, que são desafiadores ao estimular o pensamento estratégico e ajudar as crianças a planejarem suas ações com antecedência. Habilidades Estimuladas: Pensamento estratégico, planejamento, tomada de decisão, paciência. · Jogos de imaginação: como o Imagine, Dream on, Dixit, que envolvem inventar cenários, com bastante faz de conta e papéis imaginários, incentivando as crianças a observar e associar as coisas. Habilidades Estimuladas: Imaginação, criatividade, pensamento divergente e associativo, expressão verbal. · Jogos de agilidade: como o Córtex e Dobble, que exigem o rápido reconhecimento de padrões junto com uma resposta de movimentos rápida, garantindo boas risadas! Habilidades Estimuladas: Memória, concentração, velocidade de raciocínio, reconhecimento de padrões. |
Ana Lucia Ferreira |