Comportamento cidadão

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27/5/2009 Por Fábio de Castro

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Celso Lafer, presidente da FAPESP, recebe Prêmio PNBE de Cidadania e destaca atuação da Fundação no apoio a pesquisa e a tecnologia (Foto: F. Castro)

Agência FAPESP – O presidente da FAPESP, Celso Lafer, foi um dos ganhadores da 17ª edição do Prêmio PNBE de Cidadania, oferecido pelo Pensamento Nacional das Bases Empresariais (PNBE) aos “cidadãos e entidades que praticaram ações significativas e que são exemplos nacionais de comportamento cidadão”.

A premiação, que foi entregue nesta segunda-feira (25/5), durante cerimônia realizada em São Paulo, tem como base o Projeto Brasil 2022 “Do Brasil que temos para o Brasil que queremos”, lançado em 2003 pela entidade.

De acordo com os organizadores, o projeto tem o objetivo de mobilizar a sociedade para a construção de um país “socialmente justo, economicamente forte, ambientalmente sustentável, politicamente democrático e eticamente respeitável” até a comemoração dos 200 anos da Independência.

Professor titular da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), membro das academias brasileiras de Ciências e de Letras, empresário, ex-ministro das Relações Exteriores (em 1992 e de 2001 a 2002) e do Desenvolvimento (1999), Lafer foi homenageado na categoria “Empresário Empreendedor”, na condição de presidente da FAPESP, cargo que assumiu em agosto de 2007.

“Sinto-me à vontade não para falar sobre a minha atuação, mas sobre a atuação de uma instituição exemplar que é a FAPESP. Criada por obra da nossa Constituição estadual após a Segunda Guerra Mundial, implementada pelo governo Carvalho Pinto e consolidada pela Constituição paulista de 1988, a Fundação, em seu caminho de apoio a pesquisa e a tecnologia, tem contribuído para a cidadania de três maneiras claras: bolsas, auxílios a projetos de pesquisa e grandes programas científicos”, disse.

Segundo Lafer, as bolsas concedidas pela FAPESP – que vão da iniciação científica ao pós-doutorado – são sinônimo de formação de recursos humanos de qualidade para a ciência paulista. “Ser livre é ser informado. Essas pessoas que se qualificam com as bolsas da FAPESP passam a ser pessoas que podem, pelo seu conhecimento, contribuir para o desenvolvimento e para a responsabilidade social e política no nosso estado e no nosso país”, disse.

A contribuição feita por um apoio significativo a pesquisa, segundo Lafer, se dá em todos os níveis. “Louis Pasteur dizia que não existe ciência aplicada, mas aplicações da ciência. Assim, é importante investir tanto na pesquisa que busca avançar as fronteiras do conhecimento, como na pesquisa voltada para a aplicação”, destacou.

Entre os grandes programas de pesquisa apoiados pela FAPESP, Lafer mencionou o Programa Genoma-FAPESP, o Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais e o Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN).

“Destaco também outra importante iniciativa que é o programa Biota-FAPESP, voltado para o levantamento da biodiversidade do Estado de São Paulo. É um programa que começou com um esforço para ampliar o conhecimento e que acabou tendo, por meio do conhecimento gerado, um papel importante no zoneamento ambiental e agrícola do nosso estado”, disse.

Lafer associou o avanço do conhecimento e da ciência à busca pela soberania nacional e pela cidadania. “Uma das noções importantes da soberania é a de ampliar o poder de controle de uma sociedade sobre o seu próprio destino. O conhecimento e a inovação são meios pelos quais ampliamos essa capacidade e, dessa forma, alargamos o horizonte da cidadania”, disse.

Além de Lafer, foram premiados Gesner Oliveira (presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – Sabesp), na categoria “Empresário Ambientalista”, Jaime Garfinkel, como “Empresário Educador”, Caio Luiz de Carvalho (SP Turis), na modalidade “Governança Pública”, Henrique Prata (Hospital do Câncer de Barretos) como “Empresário Cidadão”, Daniel Fresnot (Casa Taiguara) na categoria “Empresário Social”, e Rosângela Gienbinski (Voto Consciente) e Lizete Verilho (Amaribo), na modalidade “Cidadania Consciente”.

O Instituto Akatu foi premiado na categoria “Projeto Brasil 2022” e a Band News FM em “Jornalismo Cidadão”. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) foi homenageado como “Político que queremos”. Luigi Nese (Confederação Nacional de Serviços) recebeu uma menção honrosa.

Lafer e Oliveira destacaram o acordo de cooperação assinado este mês entre a FAPESP e a Sabesp para desenvolvimento de pesquisas aplicadas no setor de recursos hídricos e saneamento.

“A FAPESP acaba de celebrar com o governo estadual e com a Sabesp um convênio voltado para a consolidação de um centro de pesquisa e desenvolvimento. Porque a água é um recurso escasso e o tratamento de água, evidentemente, é fundamental. O conhecimento agregado, trazido para a pesquisa, poderá contribuir não só para reduzir custos, mas para trazer algo que signifique mais eficiência e mais qualidade”, disse Lafer.

“A Sabesp pretende universalizar todos os seus serviços na próxima década. Para atingir essa meta – de grande importância social e ambiental – precisaremos de um esforço para aumentar a eficiência operacional e mais alternativas para um consumo criterioso e cidadão dos recursos hídricos. Um acordo como o que foi feito com a FAPESP é fundamental para fazer avançar nossas tecnologias e atingir esses objetivos”, afirmou Oliveira.

Mais informações sobre o prêmio: www.pnbe.org.br

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