Empresária mineira é escolhida pela Unctad uma das dez melhores empreendedoras do mundo

 A empresária mineira Vanessa de Figueiredo Vilela Araújo, da Kapeh Cosméticos, que utiliza café como matéria-prima de seus produtos, é a única brasileira escolhida pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento do Comércio (Unctad) entre as dez melhores empreendedoras do mundo, indicadas ao Empretec Women in Business Award 2010 (curso de empreendedorismo).

O prêmio, no valor de US$ 6 mil em bolsa de estudos, foi entregue em Genebra, na Suíça, sede da ONU, no último dia 26. São selecionados os melhores trabalhos de empreendedorismo e inovação.

Em entrevista por e-mail, concedida à Agência Brasil, de Genebra, onde se encontra, Vanessa informou que um dos pré-requisitos para a indicação ao prêmio é ter feito o Empretec. O curso utiliza a metodologia da Organização das Nações Unidas (ONU) e tem como parceiro no Brasil o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). “Cursei o Empretec em 2006, quando estava desenvolvendo a Kapeh, e fui indicada pelo Sebrae do sul de Minas Gerais”, revelou a empresária.

Estar entre as dez mulheres indicadas de vários países e a única do Brasil na premiação da ONU representa para Vanessa a certeza de trilhar o caminho certo. Os produtos da Kapeh, abrangendo uma linha de 33 itens, entre sabonetes, hidratantes, óleos de banho, shampoos, colônias e spray para ambientes, entre outros, resultam de pesquisas constantes e inovação. Os produtos são feitos à base do extrato de café e têm o aroma da flor.

Como uma das melhores empreendedoras do mundo selecionadas pela ONU, ela recomenda que os empresários brasileiros devem buscar a visão de desenvolvimento sustentável no seu negócio, procurando conciliar crescimento com responsabilidade social. Na Kapeh, Vanessa busca parceiros que tenham essa mesma filosofia de trabalho. A empresária, de apenas 32 anos, utiliza café certificado em suas fórmulas, obtido por meio de produção sustentável, que valoriza a proteção ao meio ambiente e o respeito ao ser humano.

A opção por trabalhar com o café, uma das matérias-primas mais abundantes da região de Três Pontas, no sul de Minas, surgiu da vontade de agregar valor ao produto “tão importante para o nosso país e para a economia de nossa região e que praticamente não era explorado pela indústria cosmética”. A escolha do café se deu também em função das propriedades do grão para a pele humana, observadas após anos de pesquisas, explicou.

Com apenas três anos de atuação no mercado, a empresa conta ainda com uma estrutura de funcionários enxuta, terceirizando serviços nos segmentos de produção, comercialização, exportação, marketing e desenvolvimento. A marca está presente hoje em 16 estados brasileiros, com mais de 150 pontos de venda no país. Para os próximos anos, a meta é triplicar o faturamento da empresa e implantar uma rede de representação da marca em todo o território nacional.

A Kapeh já exporta para Portugal e Holanda, onde atingiu um faturamento de R$ 340 mil no ano passado. “Desde que lançamos a marca, tivemos uma grande procura pelo mercado externo, pois são produtos inovadores e tipicamente brasileiros”, disse Vanessa. Ela esclareceu, entretanto, que para 2010 a meta é consolidar a presença da Kapeh no mercado interno, sem deixar de aproveitar as oportunidades que surgirem no mercado internacional. Kapeh significa café no dialeto maia.