Estoque de investimento estrangeiro produtivo ficou em US$ 660,5 bi em 2010

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O estoque total de investimento estrangeiro direto (IED), que vai para o setor produtivo da economia, chegou a US$ 660,5 bilhões, o equivalente a 30,8% de tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB), em 2010. A informação foi apurada pelo Banco Central (BC) por meio do Censo de Capitais Estrangeiros no País 2011, na data-base 31 de dezembro de 2010.

 Esse montante é US$ 188 bilhões superior ao estimado anteriormente (US$ 472,6 bilhões, 22% do PIB). Segundo o BC, “essa diferença deveu-se, fundamentalmente, à mudança no critério de valoração dos investimentos”. Anteriormente, era considerado o saldo apurado no último censo acrescido dos fluxos mensais líquidos de IED em valores nominais. Assim, não eram consideradas eventuais variações nos valores desses ativos após o ingresso no país. Nesse relatório, o BC passou a considerar o valor de mercado, “em conformidade com o padrão estatístico internacional”.

 Esse estoque de investimentos é dividido em duas partes – participação no capital da empresa e empréstimos intercompanhia. No caso da participação de capital, o estoque atingiu US$ 579,6 bilhões, equivalentes a 27% do PIB. O estoque de IED-empréstimos intercompanhia, estatística divulgada pela primeira vez no censo, atingiu US$ 80,9 bilhões.

 O relatório também traz a distribuição do estoque de IED-participação no capital por países, por meio de dois critérios – investidor imediato e investidor final. Pelo critério do investidor imediato, os Países Baixos (Holanda) forem os maiores investidores diretos no país, com US$ 162,7 bilhões, equivalentes a 28,1% do estoque. Na sequência, estão os Estados Unidos (US$ 110,4 bilhões ou 19%) e a Espanha (US$70,6 bilhões, respondendo por 12,2%).

 De acordo com o BC, “o critério de investidor final reclassifica o país de origem do investimento levando em consideração a cadeia de controle da empresa”. “Essa informação permite conhecer a origem primária dos recursos investidos, minimizando a distorção que a canalização de investimentos por paraísos fiscais e centros financeiros internacionais gera nas estatísticas bilaterais”.

 Por critério do investidor final, a Holanda passa da primeira para a 11ª posição, enquanto os Estados Unidos e a Espanha assumem a primeira e a segunda, com estoques de US$ 104,7 bilhões e US$ 85,3 bilhões, respectivamente. A Bélgica, que como investidora imediata fica em 13º lugar, é o terceiro país de origem no critério de investidor final, com estoque de US$ 50,4 bilhões.

 Ainda de acordo com o relatório, o Brasil é o quarto país por critério de investidor final, com estoque de US$ 47,8 bilhões. Isso aconteceu porque existem empresas estrangeiras investidoras no país que têm, em seu capital, participação de companhias brasileiras.

 Em relação aos setores de atividade econômica, o maior estoque ficou com o de serviços financeiros e atividades auxiliares, US$ 98,1 bilhões, equivalentes a 16,9% do total. Da segunda posição em diante, os setores, individualmente, representam menos de 10% do estoque total, com destaque para empresas produtoras de bebidas (US$ 52,2 bilhões ou 9%), de extração de petróleo e gás natural (US$49,4 bilhões, equivalentes a 8,5%) e prestadoras de serviços de telecomunicações (US$ 40,6 bilhões ou 7%).

 O número de empresas receptoras de IED declarantes ao censo de 2011 atingiu 13,7 mil, 22,4% inferior ao total do de 2006. Segundo o relatório, a queda decorre da “racionalização da metodologia do censo de 2011, que passou a exigir declaração apenas da empresa que detenha participação direta de não residente em seu capital social”.

 Agência Brasil

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