Para muitos comerciantes de Manhuaçu, a greve dos bancos vem agravar ainda mais a situação dos comerciantes que enfrentam o baixo preço do café. Bancários de todo o País rejeitaram segunda-feira a contraproposta apresentada na sexta-feira pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e decidiram continuar em greve. A proposta da Fenaban, que elevou o reajuste de 6,1% para 7,1%, foi considerada “melhoria irrisória” pelo Comando Nacional dos Bancários, que orientou as federações e sindicatos a rejeitar o ganho salarial de 0,97%, parcela acima da inflação de 6,1% acumulada nos últimos 12 meses. Os bancários pedem reajuste de 11,93% (aumento real de 5%) e valorização do piso salarial e dos vales refeição e alimentação, entre outros benefícios.
No início da noite, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) divulgou nota destacando a participação “massiva” de trabalhadores nas assembleias que rejeitaram a proposta da Fenaban. Segundo os bancários, nesta segunda-feira 11.717 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados foram paralisados em todo o País. A greve completa hoje 20 dias.
Nossa reportagem foi conferir com os bancários, lojistas e correntistas, para ver até que ponto a greve interfere no dia a dia das pessoas.
Conversamos com a Natália Rosa Gomes, 25 anos, desempregada segundo nos informou que está indignada com o governo. Porque além de estar desempregada, não consegue dar entrada no seguro-desemprego pela Caixa Econômica Federal.
“É uma falta de respeito com os cidadãos que pagam seus impostos. Não culpo os bancos, eles estão reivindicando seus direitos, mas acho que após 20 anos da última greve, eles não irão ceder tão fácil assim. Então quem sofre a pressão é o povo, que infelizmente dependem dos bancos para quase tudo, desse governo inútil”.
Já para o Senhor José Casemiro de Souza, 70 anos, correntista do Banco Itaú, sente-se muito prejudicado, pois tem que pagar uma prestação e não sabe como fazer, já venceu e eles querem cobrar juros, e aí à culpa não é minha e nem sei como fazer, se pago ou recorro ao PROCON.
Também reclama em nome dos aposentados e pensionistas, que não conseguem receber.
‘’Se a greve é direito dos funcionários dos bancos, é justo, mas nós que não temos nada com isso estamos pagando pela greve. Quem não tem cartão, está impossibilitado de receber qualquer beneficio.
Quem deveria olhar para isso é a Presidenta Dilma, mas ela não está nem aí” Comenta o Sr. José de Souza.
Segundo o empresário Roosevelt do Foto Póvoa, a greve é justa. ‘’Acho que os salários estão defasados, acho uma covardia os bancos ganharem tanto e os funcionários tão pouco. Isso implica numa má distribuição de renda, no qual o Brasil não pode abrir mão. Nesse momento, o governo deveria parar e analisar, pois os comércios estão pagando por essa greve.
O governo Dilma, já deveria ter se posicionado e incentivado o diálogo, pois temos a impressão de que para o governo está tudo muito bem.
E nós, estamos começando a nos preocupar, com o que se pode acontecer com essa falta de responsabilidade de setores essenciais da economia.
O Brasil de hoje, não é o mesmo de ontem, o povo aprendeu a reivindicar” Diz Roosevelt.
Os empresários Alessandro Alves de Lima, 35 anos e sua esposa Lilia Maria de Lima, 30 anos; proprietários da loja Di tudo 1 pouco e Lilian Moda Íntima. Estão enfrentando dificuldades com essa greve dos bancos.
Seus clientes que compram no crediário, estão com suas parcelas atrasadas. Com isso, está acontecendo prejuízos e quedas nas vendas.
“Em minha opinião, a FEBRABAN (Federação dos Bancos) deveria aceitar a proposta exigida pelos funcionários dos bancos, porque eu acho que eles não vão abrir mão de seus direitos”.
E agora há uma certeza no ar: esses bancários que promoveram essa longuíssima greve estão dando um tiro no pé. Estão se liquidando. Após o final da greve, os banqueiros deverão promover uma grande onda de demissões, porque, o desemprego é enorme e não faltam pessoas qualificadas para assumir estes postos.
Thiara Rocha