Renda no Brasil: A revelação da grande concentração entre os Estados e Regiões

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Nos últimos anos a economia brasileira tem crescido a taxas razoáveis e a população tem sentido melhoras significativas no seu padrão de vida, os níveis de desemprego estão baixos e as expectativas para o futuro são bastante animadoras. Entretanto, o nosso país ainda apresenta uma concentração de renda muito forte, com a maior parte da riqueza sendo gerada em alguns poucos Estados, com a maioria dos outros Estados com baixa produtividade, renda média muito aquém da que é auferida nos Estados mais desenvolvidos e baixa produtividade se comparada aos outros entes mais ricos da federação. Quais são os Estados brasileiros mais ricos? Onde se encontra a maior renda média do Brasil? Quais são os Estados mais pobres?

Recentemente, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou os números da economia brasileira referentes à renda por Estado, Região, etc. no período de 2002 a 2009. De acordo com o IBGE, nesse período de oito anos, o Sudeste passou de 56,7% da renda brasileira para 55,3%. Nesse mesmo período, o Nordeste passou de 13% para 13,5%, o Sul de 16,9 para 16,5%, o Centro-Oeste passou de 8,8 para 9,6% e o Norte passou de 4,7 para 5%. Nota-se uma redução razoável da região mais rica do país de 1,4 pontos percentuais e a segunda região mais rica, a Sul, teve uma redução de 0,4 ponto percentual. Por outro lado, as outras três regiões tiveram aumento de participação na renda nacional. O Norte aumentou 0,3 ponto percentual, o Centro-Oeste, 0,8 ponto percentual e o Nordeste, 0,5 ponto percentual.

Em 2009, os 10 Estados com as maiores rendas concentravam 83,20% de toda renda do país. Sendo que os dois mais ricos, São Paulo (33,5%) e Rio de Janeiro (10,9%) tiveram juntos 44,4% da riqueza da nação brasileira gerada naquele ano. Desses 10 estados, três eram do Sudeste: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais (8,9%); os três Estados do Sul: Rio Grande do Sul (6,7%), Paraná (5,9%) e Santa Catarina (4,0%); dois do Nordeste: Bahia (4,2%) e Pernambuco (2,4%). Nesse período de oito anos, dos Estados pertencentes a esse grupo os únicos que aumentaram a participação no PIB nacional nesse período foi Pernambuco, Rio de Janeiro e Santa Catarina, os demais tiveram redução na riqueza nacional.

Um indicador muito importante para medir a riqueza de um país, estado ou município é o PIB por habitante (o PIB percapita), embora não perfeito. Como era de se esperar, as maiores rendas por pessoa encontram-se nas duas regiões mais desenvolvidas do País, Sul e Sudeste, mas o Centro-Oeste tem uma renda per capita bastante alta se comparada com as duas regiões mais pobres do país. É lá que, inclusive, se encontra o ente da federação com a maior renda per capita do país. O Distrito Federal em 2009 tinha uma renda por habitante de R$ 50.438,46, enquanto que a segunda melhor, São Paulo, era R$ 26.202,22. Considerando somente as grandes regiões brasileiras, em 2009 a renda por habitante a seguinte configuração: Norte: R$ 10.625,79; Nordeste: R$ 8.167,75; Sudeste: R$ 22.147,22; Sul: R$ 19.324,64 e Centro-Oeste: R$ 22.364,63, superior à do Sudeste e do Sul, caracterizando-se como a região com a maior renda do país considerando o número de habitante.

Os números com respeito à renda do Brasil são apresentados já tendo a certeza da existência das grandes disparidades de diferenças por Estados e Regiões, que historicamente sempre foi altamente concentrada, com alguns muito ricos e a maioria sofrendo da inanição de muito baixo crescimento. Isso, porém, tem mudado pelo menos nos últimos anos, onde a maioria dos Estados mais pobres apresentou taxas de crescimento superior às dos Estados mais pobres. Graças a políticas governamentais de combate á miséria, muitas Unidades da Federação alavacaram a sua renda e riqueza por meio da ajuda do governo federal. É preciso fazer muito mais, não é admissível que a renda por habitante em Estados como Maranhão, Paraíba, Alagoas que em 2009 era inferior a R$ 7.000,00 continuem nesse mesmo patamar. É difícil aceitar que esses Estados continuem tendo renda por habitante correspondente a 15% da renda por habitante do Distrito Federal.

Por: Francisco Castro

 

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