Dilma ganha, mas o recado é por mudança

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Os votos tem o mesmo valor numérico, mas peso diferente, a maioria do povo não sabe analisar uma conjuntura política nacional, muitos perderam, mas conscientes do dever cumprido o voto da mudança, se analisarmos os que protestaram não comparecendo as urnas para votar, não foi uma maioria dos brasileiros que aprovaram a presidenta.

A candidata petista Dilma Rousseff arrancou das urnas em disputa apertadíssima o direito de continuar administrando o Brasil, porém em um ambiente totalmente desfavorável, administrar sem dinheiro vai exigir da presidenta muito mais que o período de Lula e o seu, os bilhões desviados das estatais vai com certeza fazer falta. Após o resultado mais de 50 milhões de brasileiros foram abatidos com uma ducha de água fria, os eleitores que torcia por uma mudança ficaram frustrados, mas analisando bem foi uma vitória sem sal, destemperada, é preciso reconhecer que, mesmo vencendo a eleição, Dilma e o PT saíram perdendo do pleito. Com mais de 50 milhões de eleitores apostando em Aécio Neves, candidato do PSDB, como forma de implementar a mudança que o país tanto clama, a presidenta terá muitos dificuldades ao longo do próximo mandato.

Não importa o placar da vitória, se tivesse vencido por um voto, seria vitória, não se pode agora é fechar os olhos para o fato de que a oposição saiu fortalecida desse processo eleitoral, uma vez que Aécio Neves conseguiu catalisar a indignação da sociedade brasileira em relação aos desmandos que diariamente surgiam no Palácio do Planalto nos últimos quase doze anos. Desde a chegada de Lula ao poder, jamais a oposição conseguiu uma condição tão expressiva para lutar com chance de vencer o governo com tantas denúncias de corrupção. O PSDB, que foi o carro chefe dessa caravana oposicionista, tem o dever de transformar o desejo de mudança de metade da nação em arma para enfrentar mais quatro anos de desmandos, inoperância e corrupção, fiscalizando com mais potencialidade.

O Brasil ficou divido ao meio, nos tempos de oposição, o PT criticava com veemência a criação dos programas sociais, sob a alegação de que o presidente da época, Fernando Henrique Cardoso, estava a pegar o eleitor pelo estômago. Hoje, olhando no mapa do resultado do segundo turno fica claro que Dilma venceu onde impera o programa “Bolsa Família”, transformado pelo partido em ferramenta para a manutenção de votos. No passado o PT criticou Sarney, Collor, Maluf e Renan. Contudo, o que os petistas falavam no passado não vale para os dias atuais. O medo de milhões de eleitores era que o PT poderia transformar o Brasil em uma Bolívia ou Argentina, com todos aqueles projetos de mudanças na constituição, como este recente dos Conselhos que a Câmara derrubou, e o Senado já avisou que vai derrubar também. Os políticos costumam levar muito a sério os recados das urnas e para tanto, a ala mais radical do PT perdeu muito espaço, o povo preferiu votar mais nos deputados conservadores, nomes históricos do PT ficaram fora, a tendência é que o PT perca mais espaço para o PMDB.

Acredito que esse novo mandato da presidenta, será muito mais difícil que o primeiro, terá que negociar tudo. Dilma se quiser poderá agora um pouco mais descolada de Lula fazer o seu governo e entrar para a história como outra Dilma totalmente diferente da primeira, acredito que as pessoas também possam mudar se a ideologia partidária não atrapalhar. Aos brasileiros indignados que ainda não assimilaram o resultado das urnas, deva analisar a realidade dos fatos, mesmo que duros, mas faz um pedido que deve ecoar em todos os cantos do território nacional: NÃO DESISTAM DO BRASIL! É importante que cada um dos que votaram pela mudança mantenha o desejo sempre presente. É possível mudar o Brasil, mas para tanto é preciso determinação, foco, união e coerência. A voz desses 50 milhões de indignados, deve continuar coesa e determinada, lembrando aquela frase que foi muito divulgada nesta eleição: não vamos desistir do Brasil.

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