O Brasil precisa sair da atual situação

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Os brasileiros estão insatisfeito com o caminhar das instituições brasileiras. Há uma guerra e o fogo amigo é infernal, é exatamente o que acontece em nosso Brasil, como dizem: é briga de cachorro grande.

No texto abaixo escrito pelo jornalista Jorge Serrão – [email protected] – começa a consumir, em processo de autofagia, os “aliados” que partilham o poder no “Condomínio” Brasil. A construção de um processo democrático e transparente no País, se a Elite Moral conseguir botar na ordem do dia uma pauta de mudança estrutural, ganha imensa contribuição com a autodestrutiva batalha, midiática, política e judicial, com poucas chances de acordo, conchavo ou conciliação, entre Lula, Dilma Rousseff, Michel Temer, Renan Calheiros, Eduardo Cunha & Cia.

A alta probabilidade de novos indiciamentos de figurões pela Lava Jato e o risco de Dilma Rousseff tomar no TCU por causa das ilegais pedaladas fiscais bagunçam com a desgovernança do crime institucionalizado. Tudo fica ainda mais tenso porque o cidadão-simples-mortal que começa a sofrer, na pele e no bolso, os efeitos perversos de uma das maiores crises política, econômica e moral nunca antes vista em nossa História. Todo mundo fica pt da vida (sem trocadilho infame). O impasse institucional se amplia. O risco de ruptura é visível no horizonte. O desfecho deste caos ainda é imprevisível.

Sinal de que o conflito e caos se aprofundam foi abertura oficial de ação de improbidade contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB–AL), a partir das investigações sobre o caso em que o senador foi acusado de receber propina da Mendes Júnior para bancar despesas com a jornalista Mônica Veloso, amante com quem teve um filho numa relação extraconjugal. Renan virou réu por denúncia de seis procuradores do núcleo de combate à corrupção da Procuradoria da República no Distrito Federal que foi acatada pelo juiz Waldemar Cláudio de Carvalho, da 14ª Vara Federal do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

Na outra ponta da guerra de gigantes, a Polícia Federal abriu inquérito para investigar, nos processos da Lava Jato, Antônio Palocci Filho – super-consultor de empresas e ex-ministro (da Casa Civil e da Fazenda). O caso afeta diretamente Dilma Rousseff. A investigação é para saber se Palocci captou dinheiro, via doleiro Alberto Youssef, para a campanha presidencial de 2010 – conforme denúncia na delação premiada de Paulo Roberto Costa – ex-diretor de Abastecimento da Petrobras e que foi abastecido pelo corrupto esquema do Petrolão com pelo menos US$ 23 milhões de dólares (em acordo de devolução judicial).

Igual a Palocci, Renan também é alvo de um inquérito na Operação Lava-Jato. A Mendes Júnior também figura o “clube de empreiteiras” investigadas pelos desvios da Petrobras. O senador é acusado de se beneficiar no esquema de corrupção denunciado por Paulo Roberto Costa – aquele que, nos bons tempos, Lula chamava, intimamente, de “Paulinho”. Sobre o rolo atual, Renan finge tranquilidade: “Toda e qualquer investigação é oportunidade para a pessoa se defender e esclarecer tudo. Estou absolutamente tranquilo. Trata-se de uma pseudo denúncia muito antiga, café requentado com óbvias motivações. Mas, como sempre, de forma clara, pública, como já o fiz há 8 anos, farei todos os esclarecimentos que a Justiça desejar. Nada ficará sem respostas concretas e verdadeiras”.

A temperatura pode subir ainda mais no inferno invernal do cárcere da Lava Jato. O juiz Sérgio Moro voltou a defender a manutenção da prisão preventiva de Marcelo Odebrecht, presidente da empreiteira que leva o sobrenome dele e do avô. Moro argumentou indícios de conivência do investigado com o crime, já que a empresa sequer buscou firmar qualquer acordo de leniência e sempre negou todas as acusações feitas pelos “colabores premiados”.

Além de Moro, a Força Tarefa do MPF fornece um consistente argumento para manter as prisões na Lava Jato: “O tipo de operações, altamente sofisticadas, para dissimular pagamentos de propinas, mostra que o sistema atual permanece em risco, caso os réus permaneçam em liberdade. Como não usaram o sistema oficial, mas sim o informal, é impossível fiscalizar e impedir novos pagamentos de propinas sem a sua prisão cautelar”.

Fale com a redação [email protected] – (33)3331-8409

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