17º Simpósio de Cafeicultura de Montanha em Manhuaçu

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Dois grandes momentos marcaram o segundo dia do Simpósio de Cafeicultura de Montanha, que acontece em Manhuaçu até sexta-feira, 22. Na manhã de quinta-feira, o Secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento Elmiro Nascimento, e o Diretor Executivo da Organização Internacional do Café (OIC) Robério Silva, participaram de um painel sobre mercado e tendências  para a cafeicultura.

Secretário de Agricultura de Minas, Elmiro Nascimento, no Simpósio em Manhuaçu/MG

O secretário de Agricultura de Minas, Elmiro Nascimento, apresentou uma perspectiva de crescimento no agronegócio café e valorizou a participação das Matas de Minas na produção mineira e nacional. “O café tem uma importância fundamental para a economia, não somente para Minas, como também para o Brasil como um todo. Ele gera emprego; gera divisas. O setor representa cerca de 37% do PIB (Produto Interno Bruto) de Minas; o estado corresponde a 13,5% do PIB da cadeia produtiva nacional, mas esperamos que este número se amplie e chegando a 15%, e daqui uns anos quem sabe chegarmos a 20%. As Matas de Minas já respondem por 25% da produção mineira e 12% da cafeicultura brasileira. Fico satisfeito ao ver o empenho dos cafeicultores por buscarem novos conhecimentos”, ressaltou.

Elmiro Nascimento argumento que o Estado trabalha em rede, fazendo parcerias principalmente com a iniciativa privada. “Sabemos que o preço do café não é satisfatório, mas temos a plena certeza que isso vai melhorar e as ações do governo estão direcionadas para isso. Hoje fazemos um esforço muito grande para alavancar nossa produção, junto com parceiros importantes como o Banco do Brasil, Sebrae e cooperativas, que financiam este crescimento. O preço do café não está bom, contudo temos que reconhecer que a produtividade está boa, inclusive com cafés premiados nessa região. É hora de acreditarmos e produzirmos cada vez mais para que possamos melhorar as condições do setor”, declarou.

O secretário ainda elogiou os produtores de café premiados na região nos concursos de qualidade de café do Estado, da ABIC e da Illy.

MERCADO

Diretor executivo da OIC, Robério Silva, Simpósio de Cafeicultura em Manhuaçu/MG

O diretor executivo da OIC, Robério Silva, falou sobre o mercado de café, lembrou as dificuldades do setor na última década e comparou a atual crise com a do início do milênio. “Esta crise que assola o setor cafeeiro atualmente, não chega nem perto das crises vividas pelos produtores no início do milênio. Mas isso não quer dizer que não é um fator preocupante”, analisou.

Robério Silva entrou na questão dos custos de produção, uma das maiores dificuldades dos produtores da região das montanhas. Ele afirmou que os cafeicultores estão sofrendo com custos bem acima dos praticados no mercado. “Estamos chegando a níveis muito perigosos para a sustentabilidade do produtor brasileiro e também dos outros países. Aqui nas Matas de Minas isso ainda tem um impacto maior. É um cenário preocupante”, completou.

A produção mundial de café para 2012/2013, está estimada em 144,4 milhões de sacas. Sobre o tema, ele ressaltou que é importante manter o ritmo de crescimento da produção, mas defendeu que o consumo também deve crescer. O problema a ser evitado é a formação de estoques.

Robério Silva explicou que o consumo global cresce, atualmente, cerca de 2,5% ao ano, impulsionado pelos mercados emergentes, onde este índice supera os quatro pontos percentuais. Apesar disso, o consumo mundial ainda é bastante baixo, uma vez que grande parte da população não consome café. Portanto, para o futuro, ainda se prevê um importante crescimento no número de pessoas que bebam o produto devido ao potencial de ingresso desses potenciais consumidores. Na outra ponta, acredita-se que haverá estagnação no nível de consumo de café nos países desenvolvidos.

Fotos e texto de Carlos Henrique Cruz

 

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