Governo de Minas Gerais vai mapear a pobreza na área rural do estado

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Estudo será usado como base para ações do Plano de Enfrentamento da Pobreza no Campo; objetivo é melhorar condições de vida da população

Governo de Minas Gerais pretende dar ao homem do campo condições para permanecer no meio rural
Governo de Minas Gerais pretende dar ao homem do campo condições para permanecer no meio rural

A Fundação João Pinheiro (FJP), ligada ao governo mineiro, anunciou nesta quinta-feira (8/9), na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, que vai elaborar o diagnóstico da pobreza em áreas rurais do estado. Os resultados do estudo vão subsidiar a formatação do Plano de Enfretamento da Pobreza no Campo, ação lançada pelo governador Fernando Pimentel para proporcionar, às populações carentes, acesso a serviços como saúde, assistência social, educação, energia elétrica e água tratada.

Os pesquisadores da FJP, Karina Rabelo e Frederico Poley, apresentaram a proposta para a execução do estudo durante a terceira reunião do Grupo Coordenador da Estratégia de Enfrentamento da Pobreza no Campo (Novos Encontros – Cidadania para Todos), conduzida pela Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social (Sedese).

Inicialmente, a metodologia do estudo prevê a análise de dados oficiais. “A pesquisa vai definir o que é a pobreza no campo. Vamos transformar um conceito em algo que pode ser mensurado , operacionalizado. Vamos identificar e analisar as principais características sócio demográficas”, explica Karina.

Em seguida, vai ser feito o levantamento das ações existentes e, numa próxima etapa, a comparação de todas as informações levantadas. “Sabemos que existem várias ações públicas em andamento e queremos identificar onde estão os déficts. O ponto de partida é exatamente identificar os públicos que deveriam estar recebendo os programas públicos e não estão”, esclarece Frederico Poley. A previsão é de que o estudo seja concluído em 10 meses.

Participam do grupo representantes de 10 secretarias de Estado, da Emater, da Cemig, da Copasa, do Servas, Uemg e FJP. Ao todo, são 27 especialistas e técnicos que refletem a intersetorialidade do trabalho e norteiam as ações do Grupo Coordenador.

Áreas prioritárias

De acordo com a coordenadora geral do Grupo de Trabalho, Aidê Cançado Almeida, “o plano vai ser direcionado para cinco territórios prioritários: Alto Jequitinhonha, Médio e Baixo Jequitinhonha, Mucuri, Norte e Vale do Rio Doce”. Nesses territórios estão 27 municípios nos quais vivem 40,6% das famílias extremamente pobres inscritas no CadÚnico em Minas Gerais. Apesar de abrigar cerca de 17% da população total do estado, esses territórios representam apenas 8% do PIB mineiro.

Em conjunto, os territórios apresentam percentual de população rural acima de 30%, o que corresponde a mais que o dobro da média estadual – 14,7% – e da média nacional – 15,6% (Censo IBGE 2010), e concentram a maioria dos municípios do estado com alta e muito alta vulnerabilidade social (acima de 0,400), de acordo com o Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) apurado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) em 2015.

Com a execução do plano, o Governo de Minas Gerais pretende dar ao homem do campo condições para permanecer no meio rural, com oportunidades de trabalho e renda para jovens, pequenos agricultores, população negra, indígenas, ribeirinhos e mulheres. Para isto, o plano terá meta claras e diretrizes de ações que permitam ao Estado buscar, de forma organizada, a melhoria nos padrões de vida das pessoas em situação de vulnerabilidade que vivem nas áreas rurais.

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