Greve dos bancários chega ao 10º dia sem previsão para acabar

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A greve nacional dos bancários chega ao décimo dia sem previsão para acabar. A paralisação teve início no dia 29 de setembro e a categoria aguarda uma contraproposta dos bancos. Os bancários querem um reajuste salarial de 11%, mas os patrões ofereceram aumento de 4,29%, valor que representa a reposição da inflação acumulada de setembro de 2009 até agosto passado.
Na quinta-feira (7), segundo dados da Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), ligada à CUT (Central Única dos Trabalhadores), 8.280 agências ficaram fechadas em todo o país. Esse número representa mais de 40% do total de agências do país.
Em São Paulo, Osasco e região, a paralisação atingiu 667 agências e 17 centros financeiros administrativos, com a adesão de 37,5 mil funcionários do setor financeiro – a maior desde o início da paralisação, que começou no dia 29 de setembro.
A Contraf-CUT informou que recebeu nesta quinta-feira (7) uma carta da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), em resposta ao documento enviado na segunda-feira (4) pelo Comando Nacional dos Bancários, sem apresentar nova proposta nem marcar nova rodada de negociações.
O presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários, Carlos Cordeiro, afirmou que “além de não trazer nenhuma proposta, a carta da Fenaban é uma provocação às entidades sindicais”.
A confederação encaminhou nova carta à Fenaban, propondo que marque data, local e horário para que os bancos possam apresentar uma “proposta global e decente” para acabar com a greve.
Para pagar suas contas, as alternativas no momento são os caixas automáticos e o internet banking. Praticamente todos os bancos trabalham com caixas eletrônicos para operações como saques, depósitos e pagamentos de contas. Mesmo com a greve, também estão mantidos o internet banking e o telefone banking. Se os usuários preferirem, podem ir a casas lotéricas, supermercados, farmácias e postos de combustíveis, locais onde há caixas eletrônicos.
Os empregados das instituições financeiras reivindicam reajuste de 11% nos salários, mas a Fenaban (que representa os patrões) ofereceu repassar 4,29% de aumento, valor que representa apenas a reposição da inflação acumulada de setembro de 2009 até agosto passado.

Além do reajuste, os bancários querem elevação do piso salarial, aumento do PLR (Participação nos Lucros e Resultados), mais segurança contra assaltos e sequestros, e mais contratações e medidas para cuidados da saúde, com foco no combate ao assédio moral.Segundo pesquisa da Contraf, 18 pessoas foram mortas em assaltos envolvendo bancos em todo o país nos primeiros nove meses deste ano – ou seja, média de duas mortes por mês. Entre as vítimas fatais, estão sete vigilantes, um bancário e seis clientes.
A Fenaban mantém em seu site um comunicado no qual afirma que o movimento sindical “abandonou a mesa de negociações, apesar da Fenaban ter garantido reposição da inflação a fim de negociar aumento real”.
A entidade afirma ainda que “respeita o direito de greve”, mas não admite “piquetes contratados que barram o acesso da população às agências e postos bancários para impor uma greve abusiva”.
A nota diz que a Fenaban aceita discutir reajuste real dos salários, mas não aceita “um índice exagerado como o pleiteado pelos sindicatos”.

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