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Por Devair G. Oliveira
Foi realizada em Ibatiba/ES nos dias 22 a 24 de setembro de 2023 a tradicional Festa dos Tropeiros, o evento contou com atrações musicais, rodeio, pratos típicos e muitas atrações para celebrar, comemorar e aproveitar o estilo de vida dos tropeiros. Promovido pela Prefeitura Municipal de Ibatiba, e como não poderia faltar a tradicional Cavalgada e o Desfile dos carros de bois, com almoço típico de tropeiros: feijão tropeiro na tacha e fritura da Xiringa. Todos os dias houve também concurso leiteiro e rodeio profissional de touros e de cavalos, com narração do Locutor Marco Brasil.
A Festa que leva o nome dos Tropeiros marca a história de homens que iniciaram o círculo do transporte na região entre as estradas de Minas Gerais que hoje levam o nome de Estrada Real e também a Rota Imperial. Muitos tropeiros eram homens que transportavam o ouro de Minas Gerais para o Rio de Janeiro. Com suas mulas e o bom manejo com os animais eles eram de extrema importância para que o ouro chegasse ao seu destino. A Tropa com o passar dos anos começou a transportar alimentos, temperos especiais e tudo que fosse necessário em grandes distâncias. A história conta que tudo virava moeda na mão de um tropeiro. Estas histórias sempre são recontadas para que o povo saiba um pouco das histórias dos pioneiros.
Jaci Gomes Amorim
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Para conversar com um dos pioneiros fomos na propriedade do Sr. Jaci localizado no Córrego do Perdido em Ibatiba, pai de 7 filhos 4 mulheres e três homens: Iná, Ilzimar, Ivanete, Maria, Davi, Darci e Derli, o Sr. Jaci é um dos pioneiros nas festas dos tropeiros e carros de bois, com 85 anos participa até hoje, não mais carreando seu carro de bois, mas acompanhando os filhos e netos. O Sr. Jaci conta que participa da festa em Ibatiba desde sua primeira edição.
“Eu nasci e cresci aqui na roça trabalhando desde criança, comecei como candeeiro de carro de boi com o meu pai, mais tarde depois de casado continuei trabalhando como carreiro, sempre também gostei de levantar bem cedo e também dormir cedo. No início tudo era um pouco mais difícil, tivemos que desmatar para formar as lavouras e os animais eram necessário para os trabalhos pesados, hoje os bois não trabalham mais, só fica atoa”. Conta o Sr. Jaci.
Segundo o Sr. Jaci antigamente sua família comprava no comércio somente o querosene e o sal, o resto tudo era produzido na propriedade, plantavam de tudo um pouco para as despesas e segundo conta ainda mantém alguns hábitos, pães, biscoitos, bolos, queijos, carnes, tudo feito em casa, e ainda continua com o engenho para a moagem de cana de açúcar e a taxa de cobre onde é feita a fabricação de Rapadura.