Presidente Lula na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas
Foi a iniciativa do Brasil em apresentar meta de redução de emissões de gases poluentes que reanimou as expectativas sobre as negociações na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 15). E levou outros países a também apresentarem suas metas preliminares, até mesmo os Estados Unidos anunciaram o comprometimento com a diminuição da emissão de CO2. O destaque é do líder do PT na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza.
Vaccarezza lembrou ainda que, já em Copenhague, na Dinamarca, o presidente Lula fez reuniões com as principais lideranças mundiais, num trabalho para fazer avançar as negociações da COP 15. Para o presidente brasileiro os encontros foram uma tentativa de construir o acordo possível. E argumentou: “Corremos o risco de sermos fotografados como os dirigentes incompetentes que não conseguiram cuidar do planeta enquanto ainda era possível”, disse o presidente brasileiro logo após reunião com o seu colega francês, Nicolas Sarkozy.
Em seu discurso, na plenária da sexta-feira 18 de dezembro, Lula disse que queria chegar a um consenso e afirmou que compreende que os países ricos não “serão os salvadores dos países em desenvolvimento” e que o aquecimento global pode atrapalhar o desenvolvimento do Brasil . “Passamos um século sem crescer enquanto outros cresciam muito. Agora que nós começamos a crescer, não é justo que voltemos a fazer sacrifício”
O presidente brasileiro foi enfático ao afirmar que estava frustrado com os resultados obtidos até aquele momento. O tom de crítica dominou a fala de Lula. “Confesso que estou um pouco frustrado porque discutimos a questão do clima e cada vez mais constatamos que o problema é mais grave do que nós possamos imaginar”.
Mudanças – Lula lembrou que os compromissos de combate às mudanças climáticas devem ser compartilhados por todos os países, mas o passado de emissões de gases causadores do efeito estufa dos países industrializados não pode ser esquecido.
Segundo Lula, o problema para que os países cheguem ao acordo não é apenas o dinheiro, mas a disposição política. O presidente afirmou que os países estão “barganhando” na conferência da ONU.
“Quando pensarmos no dinheiro, não pensemos que estamos fazendo um favor, que estamos dando uma esmola. Porque o dinheiro que vai ser colocado na mesa é o pagamento das emissões de gases de feito estufa de dois séculos de quem teve o privilegio de se industrializar primeiro”, disse.
De acordo com o presidente, o Brasil foi ousado em estabelecer metas voluntárias. “Pensando em contribuir para a discussão nessa conferência, o Brasil teve uma posição muito ousada”, disse. “Apresentamos nossas metas até 2020, assumimos um compromisso e aprovamos no Congresso nacional transformando em lei até 2020 que o Brasil reduzirá as emissões de gases do efeito estufa de 36,1% a 38,9%.
Dirigindo-se ao presidente da COP 15, Lars Lokke Rasmussen, e ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, Lula afirmou: “adoraria sair com o documento mais perfeito do mundo. Mas se não conseguimos fazer até agora esse documento, não sei se algum sábio ou anjo descerá nesse plenário e conseguirá colocar na nossa cabeça a inteligência que nos faltou até agora”, disse o presidente.
Lula defendeu que seja redigido um documento que leve em consideração a soberania dos países. Os países em desenvolvimento são contrários ao monitoramento externo de políticas de mitigação por parte dos países desenvolvidos.