Moradores da favela incendiada planejam reconstrução de casas no mesmo local

238

Moradores da Favela do Moinho que foram vítimas ontem (17), pela segunda vez, em menos de nove meses, de um incêndio de grandes proporções, já planejam a reconstrução dos barracos no local. Na manhã de hoje (18), vizinhos ajudavam na retirada do entulho em meio à fumaça que persistia doincêndio que matou uma pessoa e desabrigou cerca de 50 famílias, no dia anterior.

“É só limpar o que dá e subir [construir com] a madeira que tiver. Não dá para as pessoas dormirem na rua”, justificou um dos moradores que ajudou na remoção, mas que não quis se identificar.

A cozinheira Denize Agnes da Silva, de 33 anos, foi uma das pessoas que dormiram na rua na madrugada de hoje. Esta é a segunda vez que ela perde todos os seus pertences em decorrência de incêndio. “Já passei por isso no ano passado. Perdi tudo e precisei reconstruir”, relatou. Em dezembro passado, outro incêndio atingiu essa comunidade, deixando 1,2 mil pessoas desabrigadas e duas pessoas mortas.

A família da aposentada Marinalva Conceição, de 59 anos, também passa por situação parecida. No último incêndio, foi a sua filha, Mileide Conceição, que teve a casa consumida pelas chamas. “A gente não está aqui porque quer. O que a gente precisa é de moradia digna. Não adianta mandar a gente para abrigo”, reivindica a moradora.

O risco de incêndio na comunidade ainda assombra os moradores do Moinho. “Hoje de manhã teve outro foco que foi controlado pelos próprios moradores. Mesmo quem não teve a casa atingida, como eu, está receoso de outro acidente”, disse a operadora de caixa Tatiana Souza Gomes, de 34 anos. Ela espera que esse incêndio leve a uma solução mais rápida para o problema. “Queremos pagar pela nossa casa. É só dar oportunidade”, garante.

De acordo com a Defesa Civil do município, as famílias receberam kits de emergência com colchões, cesta básica e itens de higiene, e ainda foram encaminhadas para abrigos municipais, quando não tinham outra opção. O secretário de Coordenação das Subprefeituras do município, Ronaldo Camargo, informou ontem (18) que as famílias devem receber auxílio-aluguel até que as casas para onde serão transferidas estejam prontas.

Segundo o secretário, o conjunto habitacional contemplará 1,3 mil famílias e está localizado próximo à Ponte dos Remédios, na zona oeste da capital.

Agencia Brasil

FAÇA UM COMENTÁRIO

Por favor digite um comentário
Por favor digite seu nome aqui