Pimentel e Aécio querem o apoio do PSB de olho nas eleições de 2012 e 2014

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Pimentel, Lacerda e Aécio Neves

Por Devair Guimarães de Oliveira

O ministro do Desenvolvimento e Indústria Fernando Pimentel (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB) desenham nas articulações das eleições de 2012 as suas estratégias para 2014. O objetivo maior dos dois é conseguir atrair para seu campo o atual prefeito da capital mineira, Márcio Lacerda (PSB), que tentará a reeleição, mas ainda não sabe dizer com o apoio de que forças. O PSB é figura chave tanto do plano de Aécio, que sonha se candidatar à presidência, quanto de Pimentel, que pretende tentar o governo de Minas.

Hoje as coisas estão bem diferente de 2008, em que Aécio e Pimentel que lutaram em conjunto para lançar a candidatura de Lacerda, nome totalmente desconhecido até então, reeditar a aliança nos mesmos moldes parece missão quase impossível no ano que vem. De olho em 2014, o PSDB aceita apoiar Lacerda mas apenas por meio de uma aliança formal – e isso não significa necessariamente ter a vaga de vice. A turma de Aécio não tem pouco a oferecer ao PSB: na mesa já estaria um possível apoio à candidatura de Lacerda ao governo de Minas em 2014 e um mandato de quatro anos no Senado, caso Aécio seja bem-sucedido e entregue o cargo ao seu primeiro suplente, Tilden Santiago (PSB).

O prefeito de BH demonstrou nestes dois anos e meio de governo que seu estilo se alinha mais a maneira de governar dos tucanos do que dos petistas. A contratação de consultorias privadas para todo e qualquer fim, a obsessão por parcerias público-privadas e a promoção de metas para projetos estruturantes afastaram o prefeito de alas tradicionais do PT e até mesmo do seu vice, Roberto Carvalho (PT), que há tempos não esconde as divergências com a visão de governar de Lacerda e discorda publicamente de políticas defendidas pelo prefeito para a cidade.

A verdade que este estilo foi implantado por Aécio Neves durante sua gestão ao governo de Minas e mostrou o quanto foi útil para a população, quando se administra com eficiência quem ganha é o povo, se Lacerda pensar como Pimentel pensava quando prefeito ele ficará com o PSDB, mas ainda assim, a reedição de uma aliança com o PT é atualmente o caminho mais provável para 2012, dada a proximidade do PSB com o governo de Dilma Rousseff nacionalmente. A ala mais pragmática argumenta que é necessário manter o PSB próximo como um importante aliado para uma eventual campanha de reeleição da petista em 2014. Em duas viagens a Belo Horizonte nos últimos meses, o ex-ministro José Dirceu defendeu a reedição da parceria com o PSB em nome do contexto nacional, já o ex-presidente Lula sinalizou a reedição da dobradinha e o mesmo deve fazer o ex-presidente Lula, os petistas de BH são unânimes em apenas um ponto: não aceitam aliança formal com o PSDB.

No jogo com o PT, a seguinte hipótese começa a ser desenhada: Lacerda tentaria a reeleição em chapa com um nome indicado por Fernando Pimentel, que não Roberto Carvalho. Em troca, teria o lugar de vice na chapa de Pimentel ao governo de Minas em dois anos. Hábil negociador, o presidente do PSB em Minas e ex-ministro Walfrido dos Mares Guia é um dos principais articuladores da estratégia que pretende fazer PT e PSB caminharem juntos mais uma vez em 2012. Oficialmente, ele diz apenas que este prato ainda está muito frio, ainda longe de ser levado até mesmo ao microondas, numa referência aos 14 meses que ainda faltam para a eleição do ano que vem. O PT sempre teve dificuldades nas eleições das capitais, veja “São Paulo” há muito tempo tentando, em BH tanto Pimentel quanto Aécio devem querer mesmo uma dobradinha para não queimar ninguém, como todos sabem os dois são amigos e o PT e o PSB caso não vingue um acordo vai ser uma eleição muito disputada podendo ganhar qualquer um dos lados, mas em Minas o PSDB é mais cacique, é só esperar para ver.

O PSDB observa atento à movimentação e caso o PT impeça a aliança de tucanos com Lacerda, a primeira ideia é lançar nome próprio. Na cabeça da lista está o deputado federal Rodrigo de Castro (PSDB), filho do secretário de governo e principal articulador político do governo Antonio Anastasia (PSDB), Danilo de Castro. Cogita-se também o nome do deputado estadual mineiro João Leite (PSDB). Compor com os deputados estaduais Délio Malheiros (PV), Luzia Ferreira (PPS) e até mesmo um nome do PMDB – insatisfeito por ter sido jogado para escanteio por petistas na sucessão da capital – ainda são opções do PSDB em Minas, com um olho em 2012 e outro em 2014. E, a exemplo do que ocorreu em 2008, Aécio pode surpreender apresentando uma chapa totalmente inesperada para o próximo ano, não falta nada.

 

 

 

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