Sarney recebe estudo da Fundação Getulio Vargas sobre a reforma administrativa do Senado
O senador José Nery (Psol-PA) vai recorrer no fim da tarde desta quinta-feira ao Plenário do Senado do arquivamento de processos contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), no Conselho de Ética. Nery afirma já ter colhido dez assinaturas, mas explica que, ao longo do dia, tentará outras.
Embora a base aliada já tenha argumentado que, após arquivamento de recurso no Conselho não cabe mais nenhum outro procedimento, segundo as regras do colegiado, Nery e outros senadores da oposição explicam que o regimento interno da Casa estabelece que, para todas as comissões, pode se apresentar recurso ao Plenário.
“A todas as comissões cabem recursos (ao Plenário). Por que ao conselho, que é uma comissão, não caberia? A resolução do conselho não pode ser maior que o regimento interno”, disse.
Junto a Nery assinam o recurso os senadores Álvaro Dias (PSDB-PR) Renato Casagrande (PSB-ES), Cristovam Buarque (PDT-DF), Marina Silva (sem partido-AC), Pedro Simon (PMDB-RS), Demóstenes Torres (DEM-GO) , Jefferson Praia (PDT-AM), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Flavio Arns (PT-PR).
Na quarta-feira, os senadores do Conselho de Ética engavetaram todos os recursos contra o arquivamento das representações que pediam a investigação de Sarney. O PSDB e o Psol haviam ajuizado, ao todo, cinco representações contra o peemedebista. Outras seis denúncias foram protocoladas pelos senadores Arthur Virgílio e Cristovam Buarque (PDT-DF).
Desde que assumiu o comando do Senado, José Sarney é acusado de cometer uma série de irregularidades, que incluem responsabilidade na edição dos chamados atos secretos, desvio de recursos de um patrocínio feito pela Petrobras à fundação que leva seu nome, além da prática de tráfico de influência em favor do namorado de uma neta sua.