Vampiro
Maldição sobre vós, que maculastes, Ao contato do vosso beijo impuro,
Essa alma de mulher de quem roubastes
As esperanças todas do futuro.
Apresentáveis vívidos contrastes:
Ela ingênua e confiante, vós, perjuro
Com pérfida estultícia abandonastes
A preciosa pérola ao monturo.
Ei-la agora perdida! Vosso crime, Por ser intencional é inescusável:
Toda a vossa expiação vos não redime.
Ao Céu de Lucena
Em vão eis de espiá-lo! Vivo, eterno,
Ele já vos aguarda inexorável
Nas profundezas lôbregas do inferno.
céu da minha terra, ó céu tranqüilo! Aos sons da minha lira perfumada
Agradeço-te a estrofe apaixonada.
Suplico-te o matiz d’um novo estilo.
De ti desejo sobretudo aquilo
Que mais seduz minha alma enamorada
É o fulgor desta abobada azulada Dá-mo, eu quero em meus versos reparti-lo.
Como és formoso assim grande e curvado Que tons variados teu dossel encerra
Azul-verde, azul-rubro, azul-dourado.
Minha estrela bem longe em teu seio erra Meu estro contemplando-te enlevado
Busca imitar-te, ó céu da minha terra.
Por Clícia Siqueira Labrunie