Agências alertam sobre risco para humanos após surtos de gripe aviária

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Em comunicado, FAO, OMS e Organização Mundial para Saúde Animal lembram que 67 países, em cinco continentes, foram afetados pela doença no ano passado; mais de 131 milhões de aves foram sacrificadas para evitar propagação do vírus.

Uma granja no Chade, um dos países em risco após um recente surto de gripe aviária na vizinha Nigéria. Foto: FAO/Sia Kambou

Um alerta conjunto de agências da ONU e de uma entidade parceira revela que surtos de gripe aviária pelo mundo estão ameaçando seres humanos. Milhões de aves estão sendo sacrificadas para evitar que o vírus H5N1, da influenza, se espalhe.

A emergência está afetando rebanhos, incluindo o de aves, pássaros selvagens e alguns mamíferos. Muitos agricultores e o comércio de alimentos também foram atingidos. 

Maior número possível de animais

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, e a Organização Mundial da Saúde, OMS, estão pedindo aos países para cooperaram entre os setores e salvar o maior número possível de animais protegendo as pessoas. Um apelo feito com a Organização Mundial para Saúde Animal, Omsa.

Os vírus da influenza aviária se espalham principalmente entre as aves, mas cada vez mais têm sido detectados entre mamíferos, que estão biologicamente mais perto de seres humanos que aves. Além disso, alguns mamíferos podem estar servindo como canais para os vírus da gripe aviária e causando uma emergência de novos vírus que podem ser mais prejudiciais a animais e a humanos.

A linhagem ganso/Guandong dos vírus da influenza H5N1 apareceu, pela primeira vez, em 1996, causando surtos entre aves desde então. A variante desses vírus que pertencem ao H5 clado 2.3.4.4b levou a um número sem precedentes de mortes em pássaros selvagens e aves de muitos países africanos, asiáticos e europeus. Em 2021, o virus se espalhou pela América do Norte. E no ano passado para as Américas do Sul e Central. 

Aves domésticas

Ainda em 2022, houve 67 países em cinco continente que notificaram surtos altamente patogênicos da influenza aviária em aves e aves selvagens para a Omsa. Ao todo, foram mais de 131 milhões de aves domésticas que tiveram de ser sacrificadas nas aldeias atingidas. 

Somente este ano, outros 14 países reportaram surtos, a maioria nas América, com o avanço da propagação. Em 2022, 10 nações em três continentes notificaram surtos em mamíferos. E vários mamíferos terrestres e marinhos foram afetados incluindo surtos em rebanhos de visons na Espanha, focas nos Estados Unidos e leões-marinhos no Peru e no Chile. Autoridades na Polônia informaram que há casos de H5N1 em gatos.

O chefe do Departamento de Ciência da Omsa, Gregório Torres, informou que existe uma mudança de paradigma na ecologia e na epidemiologia da influenza aviária que tem aumentado a preocupação global à medida que a doença se espalha a novas regiões geográficas. 

A entidade e as agências da ONU recomendam aos países a: 

  • prevenir a gripe aviária na fonte com medidas de biossegurança nas cadeias de produção de aves aplicando higiene adequada e vacinação nos rebanhos. 
  • Detectar, notificar e responder rapidamente aos surtos em animais 
  • fortalecer a vigilância da influenza de animais em humanos 
  • Conduzir investigações epidemiológicas em animais e humanos infectados. 
  • Compartilhar os dados de sequenciamento genético 
  • Encorajar a cooperação entre setores de saúde humana e animal 
  • Informar sobre os riscos e assegurar a preparação em todos os níveis para enfrentar a influenza.
ONU News

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