Anúncio de segundo turno de eleição presidencial gera protestos violentos no Haiti

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Autoridades eleitorais do Haiti anunciaram hoje (8) que o candidato governista Jude Celestin disputará o segundo turno da eleição presidencial com a ex-primeira-dama Mirlande Manigat. Segundo dados oficiais, Manigat teve 31% dos votos e Celestin, 22%. O cantor pop Michel Martelly obteve 21% e ficou fora da disputa.

Violentos protestos foram registrados na capital, Porto Príncipe, logo após o anúncio dos resultados. Muitos observadores estrangeiros afirmaram ter havido irregularidades na votação do dia 28 de novembro. Doze dos 18 candidatos, incluindo Manigat e Martelly, acusaram o presidente René Préval de favorecer seu candidato, Celestin. O segundo turno será realizado no dia 16 de janeiro.

Segundo relatos locais, o clima nas ruas da capital ficou tenso. Tiros puderam ser ouvidos perto do restaurante no qual os resultados foram anunciados, no bairro de classe média alta Petionville. Após o anúncio, barricadas com pneus em chamas foram montadas perto do restaurante e simpatizantes de Martelly atiraram pedras em adversários.

A pequena margem de diferença entre Celestin e Martelly – 6.845 votos – gerou pedidos para que o cantor também seja incluído no segundo turno. Uma missão conjunta de observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Comunidade do Caribe (Caricom) disse que as autoridades locais deveriam considerar a inclusão de um terceiro candidato no segundo turno se a votação fosse apertada. No entanto, Martelly disse que não aceitará um lugar no segundo turno se Celestin estiver incluído.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, descreveu as irregularidades na eleição como “mais sérias do que se pensava inicialmente”. Simpatizantes da oposição programaram vários protestos, exigindo a anulação da eleição. Os problemas na votação geram temores de mais violência no país, que luta para se recuperar do terremoto que matou mais de 250 mil pessoas em janeiro e ainda enfrenta uma epidemia de cólera, que já deixou mais de 2 mil mortos.

Agência Brasil

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