Kadhafi tentou negociar, mas foi rechaçado, dizem rebeldes da Líbia

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Conselho insiste em que o ditador deve deixar a Líbia após confrontos. Na véspera, TV afirmou que coronel quer garantias para deixar o poder

Um representante do ditador da Líbia, Muammar Kadhafi, propôs abrir negociações com os rebeldes oposicionistas, mas a oferta foi descartada imediatamente, anuncioum nesta terça-feira (8) o Conselho Nacional Líbio, que congrega os rebelados.

“Acredito que houve uma tentativa dos de Kadhafi de falar com o conselho. Foi descartada”, disse Mustafa Gheriani, porta-voz do conselho, em Benghazi, cidade do leste líbio em que começou a revolta.

“Não vamos negociar com ele. Ele sabe onde fica o aeroporto de Trípoli (a capital), e o que ten de fazer é partir e colocar fim ao banho de sangue.

O governo negou a negociação, segundo a rede Al Arabiya.

Na véspera, a TV árabe Al Jazeera relatou que o ditador propôs aos rebeldes da Líbia um encontro com os parlamentares do país para pavimentar o caminho para que ele deixe o poder com certas garantias, após três semanas de violentos confrontos que já deixaram milhares de mortes e uma situação de caos humanitário no país do norte da África.

Ainda de acordo com a emissora, os rebeldes teriam rejeitado a oferta de Kadhafi por considerarem que uma saída “honrosa” do ditador seria considerada ofensiva às suas vítimas.

A Al Jazeera creditou as informações a fontes não identificadas e não deu detalhes. A proposta teria sido anunciada aos rebeldes pelo ex-primeiro ministro Jadallah Azzouz Talhi e incluiria garantias de segurança pessoal e à família de Kadhafi, além de um pedido para que ele não fosse levado a julgamento.

Novos confrontos

Ao mesmo tempo, continuavam os confrontos no país nesta terça, com relatos de disparos de artilharia em Zawiyah e notícias contraditórias sobre ataques das forças leiais ao governo em Ras Lanuf, cidade portuária do leste tomada pelos rebeldes.

Um caça do regime líbio executou um ataque no deserto ao leste do porto.

O avião lançou um míssil oito quilômetros ao leste da localidade estratégica, que fica 300 km ao sudoeste do reduto da oposição em Benghazi e é controlada desde sexta-feira pelos insurgentes.

Casas teriam sido atingidas, segundo testemunhas, mas não se sabe se houve vítimas.

Possibilidade de ação militar

O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou nesta segunda que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) está avaliando opções militares em resposta à situação política da Líbia.

Obama afirmou que a Otan deve se reunir em Bruxelas para discutir uma reação à violência na Líbia, incluindo ações militares, e afirmou ter dado sua autorização a uma ajuda extra de US$ 15 milhões para operações humanitárias ligadas à crise.

O porta-voz da Casa Branca Jay Carney também afirmou nesta segunda que armar os rebeldes que lutam contra o governo do ditador Muammar Kadhafi é uma das muitas opções que os Estados Unidos estão considerando para a Líbia.

Segundo Carney, a Casa Branca estava se movimentando rapidamente para “avaliar as opções para lidar com a crise política no país”, mas os Estados Unidos não querem se colocar à frente dos eventos.

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