Número de mortos no Chile sobe para 708, diz Bachelet

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O número de mortos no terremoto que devastou partes do Chile chegou a 708 e deve aumentar, de acordo com a presidente Michelle Bachelet.

“A catástrofe é enorme. O último número que tenho é de 708 mortos”, afirmou Bachelet em entrevista neste domingo.

A presidente chilena afirmou que 541 morreram apenas na região de Maule, 64 na região Bío-Bío e um total de 103 mortos em outras áreas. No entanto, de acordo com Bachelet, o número de pessoas desaparecidas está aumentando.

Além do número de mortos, a presidente também anunciou outras medidas de emergência para o país depois do terremoto de magnitude 8,8 ocorrido no sábado.

Centenas de pessoas saquearam supermercados em Concepcion - Foto: Mario Davila

Entre as medidas anunciadas, está a de colocar as regiões de Maule e Concepción sobre regras especiais para acelerar a entrega de ajuda.

A Força Aérea do Chile vai levar suprimentos para as duas áreas e os militares vão assumir a liderança da distribuição.

Em Maule e Bío-Bío produtos básicos serão entregues de graça, mas os pontos de distribuição ainda terão que ser decididos.

Apesar da reabertura de estradas e do aeroporto de Santiago, os grandes danos ainda estão impedindo os trabalhos das equipes de resgate e há muita dificuldade para se chegar aos que ainda estão soterrados nos escombros.

Cerca de 1,5 milhões de residências foram danificadas e a polícia está se mobilizando para conter os saques em cidades como Concepción, o centro urbano mais próximo do epicentro (90 km).

A prefeita da cidade, Jacqueline van Rysselberghe, disse que o município ainda não recebeu a prometida e necessária ajuda de Santiago.

Custos e danos

Segundo a presidente chilena, Michelle Bachelet, cerca de 2 milhões de pessoas foram afetadas pelo terremoto. Foi o maior tremor registrado no país em 50 anos.

O presidente eleito Sebastián Piñera deve assumir o cargo dentro de duas semanas e já tem se manifestado a respeito do terremoto e da reconstrução do país.

“Será uma tarefa muito grande e vamos precisar de recursos”, ele disse.

A companhia de avaliação de riscos americana Eqecat calculou que os prejuízos se situem entre US$ 15 bilhões e US$ 30 bilhões, equivalentes a algo entre 10% e 15% do Produto Interno Bruto (PIB) chileno.

Em cidades costeiras, como Talcahuano, perto de Concepción, tsunamis gerados pelo tremor destruíram instalações portuárias e a infraestrutura próxima do mar.

Em Curicó, a 180 km ao sul de Santiago, cerca de 90% do centro histórico da cidade foi destruído.

Em Chillán, mais de 200 prisioneiros escaparam depois que o edifício de uma prisão veio abaixo. Após a fuga, cerca de 60% foram recapturados.

Ainda assim, o Chile não requisitou ajuda humanitária, apesar de ofertas por parte de países, organizações e instituições de caridade ao redor do mundo.

“Qualquer ajuda que chegar sem ter sido necessitada ajuda muito pouco”, disse o ministro do Exterior, Mariano Fernández. Na sua opinião, as ofertas poderiam acabar “desviando a atenção” para os socorros do governo.

Aeroporto

Por ora, há uma opinião geral entre os observadores de que a resposta do governo chileno ao terremoto foi rápida.

O aeroporto na capital, Santiago, foi reaberto neste domingo com um total de cinco voos internacionais chegando ao local. O aeroporto, um dos principais do país, tinha sido fechado devido aos danos causados pelo terremoto.

Autoridades também informaram que o serviço de transportes públicos está retornando ao normal. Uma linha de metrô em Santiago foi reaberta. As estradas foram abertas novamente, no entanto os motoristas precisam passar por vários desvios.

“Infelizmente, nós, chilenos, temos experiência com terremotos”, disse à BBC o embaixador do país em Londres, Rafael Moreno.

Resposta dos serviços de emergência foi rápida

“Restauramos os serviços em Santiago e a energia na maior parte do país, mas ainda está problemático em Concepción. Há água potável – um elemento crucial após um terremoto – e estamos cuidando dos feridos.”

Ele disse que as escolas, que deveriam retomar as aulas na segunda-feira, permanecerão fechadas por “outros quatro ou cinco dias”.

No entanto, ainda é preciso fazer chegar ajuda humanitária a muitos que precisam, como moradores da ilha de Juan Fernandez, onde cinco pessoas morreram.

Para complicar a tarefa, após o terremoto principal, dezenas de “réplicas”, ou tremores secundários, atingiram o Chile – incluindo um tremor de magnitude maior que 6 registrado neste domingo.

Fonte: BBC Brasil

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