Apanhava as vítimas à saída do trabalho e violava-as de forma violenta e repetitiva. A brutalidade das agressões foi tanta que duas das vítimas foram operadas, sendo que uma delas levou 27 pontos.
O angolano, de 33 anos, foi detido em Maio pela Polícia Judiciária do Porto, que há algumas semanas concluiu o inquérito. O processo, no qual a Judiciária propõe que o homem seja acusado de três violações, está nas mãos do Ministério Público.
Os inspetores acreditam que existem mais mulheres que foram vítimas do predador sexual. No entanto, a ausência de queixas impede que seja reunidas provas que ligue o homem a outros casos.
O acusado, que é irmão de um advogado de Vila Nova de Gaia, foi detido em Maio, mais de um ano depois dos abusos. Após os crimes, que ocorreram entre 2008 e 2009, o desempregado foi apanhado pela PSP a quem garantiu, no entanto, que tinha imunidade política, pelo que não podia ser detido. Os agentes acabaram por acreditar na versão do acusado e não o prenderam. Dias depois, o abusador fugiu para Luanda onde permaneceu escondido durante mais de um ano.
A 17 de Maio deste ano o angolano, que se encontra a aguardar julgamento em prisão domiciliar, decidiu regressar, convencido de que as autoridades já não andavam no seu encalce. Mas, mal o avião aterriçou no aeroporto de Lisboa, o homem foi apanhado pelos inspetores da Polícia Judiciária do Porto, que já tinha sido alertada pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
O acusado atuava sempre da mesma forma. Aproveita o fato de as vítimas ao saírem do trabalho passarem por zonas de venda de droga no Porto para as abordar e coloca-as à força no carro. Em seguida, o angolano levava-as para o seu apartamento em Vila Nova de Gaia onde as sujeitava a violentos atos sexuais. As vítimas acabavam sempre abandonadas com diversos ferimentos, o que levou duas delas a serem submetidas a cirurgias.
ABUSADOR LEVOU O DINHEIRO E OS CELULARES
Para além das violações, as vítimas ficaram sem pequenas quantias em dinheiro. O marginal atacava e exigia-lhes sempre que entregassem todo o dinheiro que tinham e ainda os celulares. O intuito seria impedir que as mulheres conseguissem pedir ajuda e evitar que após abandonadas contactassem imediatamente a polícia.
As três vítimas do angolano estiveram várias horas presas no apartamento. O homem levou-as na mala do carro a abandonou-as depois em locais ermos de forma a que não reconhecessem a sua casa.
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