Yes, she can! “Sim, ela pode!”
Michelle Obama: toda força que existe na nova primeira-dama dos EUA
Por Pilar Magnavita • 20/01/2009 P/ Jornal das montanhas.
O inverno parecia que viria rigoroso naquele ano de 1880. A Sra. Louiser Robinson olhava pela janela do seu barraco e angustiava-se com a geada que chegara já em outubro e que cobria os campos de arroz da Plantação de Friendfield, Georgetown, Carolina do Sul. Se o gelo prejudicasse a colheita, o que sobraria para sua família, já que quase tudo o que fosse produzido nas terras do senhor Withers pertencia ao senhor Withers? Este era o trato para gozar da alforria, pois de que valia a liberdade se a miséria das ruas aprisiona a dignidade dos homens? Sentada perto do fogão, estava alheia ao que o agente censitário perguntava ao seu marido Jim, e ele, disfarçando a vergonha, olhava os filhos e respondia com seu sotaque humilde: “James Robinson, nascido escravo em 1850, eu acho. Não sei ler e não sei escrever”.
Jim e Louiser Robinson não podiam prever o futuro, jamais poderiam imaginar que daquele barraco de madeira surgiria uma descendente da quarta geração que no dia 20 de janeiro de 2009 subiria as escadarias de mármore da Casa Branca – construída por escravos – pela porta da frente. Hoje, a tataraneta dos Robinson, Michelle LaVaughn Robinson Obama, assume seu posto de primeira-dama dos Estados Unidos, ao lado de seu marido, o presidente americano Barack Hussein Obama, cujas origens parecem refletir o seu propósito de governar uma América para todos.
“Tinha vezes em que estava no escritório (como senador por Ilinois), em Chicago, cheio de problemas para resolver, e recebia o telefonema dela mandando comprar leite quando voltasse para casa”, conta Barack Obama.
Mundialmente apresentada pelo marido como “minha rocha”, Michelle passou a ser admirada por todas as mulheres, não somente por seu estilo a la Jaqueline Bouvier Kennedy, mas pelo seu trabalho, pela sua clareza e por manter os pés de Obama no chão sempre que o marido parece estar perdido em meio aos compromissos políticos. Formada em sociologia pela Universidade de Princeton, e posteriormente em Direito, por Harvard, ela ocupou até recentemente a direção do Centro Médico da Universidade de Chicago, um dos melhores do país.
E engana-se quem acha que, por ter dinheiro, Michelle delega a coordenação da casa e a criação de suas duas filhas. Ela participa dos deveres de casa, projetos escolares, reunião de pais, cozinha, de vez em quando, os pratos favoritos da família, e ainda consegue fazer com que o marido voe de uma reunião em Washington para assistir a uma apresentação de balé das filhas, em Chicago. “Tinha vezes em que estava no escritório (como senador por Ilinois), em Chicago, cheio de problemas para resolver, e recebia o telefonema dela mandando comprar leite quando voltasse para casa”, conta Barack Obama no livro “Barack Obama – a biografia”. “De alguma forma eu fui caricaturada como esta esposa machona”, declara Michelle Obama para a revista americana “Newsweek”. “Barack e eu rimos muito disso”. Você realmente acha que alguém consegue ser machão com Barack Obama?