Faltam 340 policiais civis em Juiz de Fora

255

Estudo feito pelo Sindipol mostra que seriam necessários 500 homens para o combate ao crime na cidade

Este ano, a cidade já registrou 28 homicídios, em 2009 foram 26.

Os baixos salários e o excesso de trabalho, principalmente no interior, fizeram com que 416 policiais civis de Minas abandonassem os cargos. Juiz de Fora, na Zona da Mata, é uma das cidades que mais sofrem com a falta de efetivo da Polícia Civil no Estado. Com quase 600 mil habitantes, o município tem 160 policiais entre delegados e detetives. Estudo feito pelo Sindicato dos Servidores da Polícia Civil (Sindipol) revela que seriam necessários 500 policiais para combater a criminalidade.
Conforme o HOJE EM DIA antecipou na edição do último sábado, em 430 municípios de Minas não há delegado para investigar os crimes. A debandada de profissionais chefes das delegacias é provocada pelos baixos salários e o acúmulo de função, problema mais comum no interior. O Estado paga o quarto pior salário do Brasil. A remuneração inicial de um delegado em Minas é de R$ 5.714,35.
Em Juiz de Fora, onde estão 25 delegados, seriam necessários pelo mais dez, conforme o delegado regional do Sindipol, Marcelo Armstrong. “Sem efetivo para trabalhar nas investigações, a violência está aumentando em Juiz de Fora. Só neste ano já ocorreram 28 homicídios, contra 26 registrados em todo o ano passado”.
Segundo Marcelo Armstrong, em Juiz de Fora são cerca de 2 mil policiais militares. Por turno são 300 militares nas ruas. Na Zona Norte de Juiz de Fora, uma das maiores da cidade, com 150 mil habitantes, no final de semana tinham dois delegados, dois escrivães e quatro agentes de plantão. “Essa região deveria ter pelo menos 150 policiais para cada plantão”, disse o delegado.
Entre as cidades que não têm delegados estão Bela Vista de Minas, na Região Central do Estado, além de Pirauba, Chácara, Simão Pereira e Belmiro Braga, ambas na Zona da Mata.
O diretor Jurídico do Sindipol, Christiano Xavier, alguns subordinados dos delegados, como os peritos criminais do n ível II, recebem aproximadamente R$1.400 a mais que um delegado, e menos também do que os militares. Ainda segundo o diretor do Sindipol, 30% das vagas dos concursos públicos que são realizados na Polícia Civil de Minas Gerais são para cobrir as exonerações pelos policiais. Das 166 baixas que a corporação sofreu em 2008, 27 foram de delegados.
Um dos casos mais recentes de exoneração é do delegado Igor Vecchi de Oliveira Pacheco, 31 anos, que deixou o cargo em dezembro de 2009 para ocupar a mesma função na Polícia Federal, em Rio Branco, no Acre, no Norte do Brasil. O salário inicial na instituição é de R$ 13.500. Um defensor público de Minas recebe, atualmente, R$ 8 mil, mas já foi aprovada uma lei que aumenta a remuneração para R$ 10 mil em 2011 e R$ 12 mil em 2012. Promotores e juízes recebem cerca R$ 20 mil.
No dia 15 de novembro do ano passado, a Polícia Civil de Minas Gerais formou 164 novos delegados. Eles foram aprovados no concurso realizado em outubro de 2008 e assumem o cargo após a conclusão do curso de Formação Policial da Carreira de Delegado de Polícia. Com a incorporação dos novos delegados, a Polícia Civil passa a contar com 12.052 homens.
A Polícia Civil reconhece a falta de efetivo, problema agravado com a aprovação da aposentadoria especial. Uma consultoria contratada pela chefia da corporação, que apontou as medidas para resolver o déficit de pessoal, será apresentada nos próximos ao Governo de Minas. Ainda segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, recentemente foi aprovada a carreira jurídica dos delegados, o que representará aumento dos salários.

Informações do Hoje em Dia

FAÇA UM COMENTÁRIO

Por favor digite um comentário
Por favor digite seu nome aqui