P. Civil de Minas Gerais anuncia troca do comando em Ipatinga

285

governador-anastasia-empossa-cylton-brandao-da-matta-como-novo-chefe-da-policia-civilChefe da instituição, Cylton Brandão da Matta, falou em coletiva à imprensa sobre as investigações dos assassinatos de jornalistas ocorridos no Vale do Aço

Durante entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (19), em Ipatinga, o chefe da Polícia Civil, Cylton Brandão da Matta, falou à imprensa sobre o andamento das investigações acerca dos assassinatos de jornalistas ocorridos recentemente no Vale do Aço. Segundo ele, as investigações indicam que pode haver a participação de policiais nos crimes, mas descartou a existência de um grupo de extermínio na região.

Após reunir-se com os delegados que compõem a força-tarefa criada para apurar 14 crimes, entre eles a morte dos jornalistas Rodrigo Neto e Walgney Carvalho, Cylton Brandão anunciou mudanças no comando da Polícia Civil na região: o delegado-corregedor Elder Dângelo passa a acumular a chefia do 12º Departamento, que coordena o trabalho de seis delegacias regionais: Ipatinga, João Monlevade, Itabira, Caratinga, Manhuaçu e Ponte Nova. Juntas, essas regionais comandam a Polícia Civil em 97 municípios.

Outra mudança anunciada pelo chefe da Polícia Civil de Minas foi a substituição do delegado regional de Ipatinga, Gilberto Simão de Melo, pela delegada Irene Angélica Franco e Silva Guimarães. “Os dois delegados que estão saindo deixam os cargos com mérito, mas a chegada dos novos chefes vai marcar uma nova fase da polícia nesta região. A vinda do delegado-corregedor, mesmo que interinamente, dá a dimensão das mudanças que estamos fazendo e sinaliza claramente a nova fase que estamos iniciando”, pontuou.

Cylton Brandão aproveitou para garantir aos jornalistas do Vale do Aço que o exercício da profissão de “forma livre e soberana” não pode ser ameaçado. “Nunca recebemos nenhum pedido de proteção para jornalistas. Mas se algum profissional achar necessário, pode procurar nossos policiais aqui. Podem me acionar em Belo Horizonte, estamos à disposição. Vamos tomar as providências e acionar também a estrutura que o Governo do Estado dispõe, junto à Secretaria de Desenvolvimento Social, para proteger testemunhas”, declarou.

O chefe da Polícia Civil confirmou que o deputado Durval Ângelo havia informado à Corregedoria da Polícia Civil que o jornalista Walgney Carvalho corria risco. “O comunicado foi feito ao delegado Antônio Gama e ele imediatamente acionou a nossa equipe aqui em Ipatinga. Carvalho foi ouvido, disse que não se sentia ameaçado e que não precisava de proteção. Isso está nos autos e assinado por ele”, explicou. Carvalho foi assassinado no último dia 15.

No entanto, segundo o chefe do Departamento de Investigações de Homicídios e Proteção à Pessoa, delegado Wagner Pinto, ainda não é possível apontar se há relação entre os assassinatos dos jornalistas Rodrigo Neto e Walgney Carvalho. “Não podemos descartar qualquer linha de investigação, mas em breve teremos em mãos elementos capazes de nos ajudar nas apurações. Toda a sociedade vai saber do que se trata nos próximos dias”, afirmou.

Nova etapa nas investigações

Na reunião com a equipe de delegados que apura os crimes na localidade, Cylton Brandão acertou medidas imediatas para que o trabalho de investigação entre em novas etapas. Ele garantiu o surgimento, nos próximos dias, de “novidades às investigações que estão atacando a raiz de problemas antigos e causadores de intranquilidade para a população”.

Após a entrevista coletiva, o chefe da Polícia Civil de Minas Gerais esteve na redação do Jornal Vale do Aço. Ele foi a primeira autoridade a visitar a empresa de comunicação, formada ainda pela Rádio Vanguarda, onde trabalhavam os jornalistas assassinados. No encontro estavam integrantes do Comitê Rodrigo Neto, formado para acompanhar as investigações.

“Os jornalistas e a sociedade podem ter certeza que daremos repostas contundentes a esses casos. Temos aqui uma equipe especializada que já solucionou inclusive crimes federais, como a chacina de Unaí. Defendemos a liberdade de imprensa, defendemos o livre exercício da profissão. A sociedade e, em particular, as polícias, precisam contar sempre com a imprensa livre e democrática e é para garantir essa condição que em breve teremos novidades”, assegurou.

 

1 COMENTÁRIO

FAÇA UM COMENTÁRIO

Por favor digite um comentário
Por favor digite seu nome aqui