da Agência Brasil para o JM Online
Rio de Janeiro – Manifestantes protestaram nesse sábado em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, contra as 20 mil mortes violentas ocorridas no estado em mil dias, ou seja, entre janeiro de 2007 e setembro deste ano.
O número é a soma das 19.700 mortes oficiais contabilizadas até agosto deste ano pela Secretaria de Segurança mais a projeção de óbitos em setembro, feita pela organização não governamental Rio de Paz.
No protesto, organizado pela ONG, voluntários desfilaram pela orla fantasiados de cadáveres dentro de 20 carrinhos de supermercado, simbolizando a média diária de mortes.
Outros manifestantes carregaram bandejas com 20 mil grãos de feijão, mostrando o total de homicídios, latrocínios (roubos seguidos de morte), mortes de policiais e mortes provocadas por policiais (autos de resistência).
Segundo o coordenador da ONG Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, o protesto serviu para pedir providências para a Secretaria de Segurança e para a própria sociedade.
Costa afirmou que a manifestação, se por um lado, leva para o governo a mensagem de que a população está decepcionada e quer conhecer a política de segurança pública do estado, qual o cronograma e as metas.
“Por outro lado, estamos querendo emitir uma mensagem para a sociedade: essa sociedade não pode assistir, de modo impassível, essas execuções, essas mortes, essas chacinas”.
No protesto, a ONG voltou a exibir o Placar da Violência, um cartaz com estatísticas sobre a criminalidade, que a prefeitura havia proibido de divulgar. Desta vez, os próprios manifestantes seguraram o cartaz, o que impossibilitou qualquer veto das autoridades municipais.
Segundo Costa, o placar voltará a ser exibido toda vez que a Secretaria de Segurança divulgar os índices mensais de criminalidade