Brasil retira primeiro óleo do pré-sal na Bacia de Santos

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Ancorado na profundidade de 2.170 metros, a 290 quilômetros da costa, e capaz de extrair petróleo a seis mil metros de profundidade, o navio-plataforma Cidade de São Vicente, da Petrobras, será responsável pela produção do primeiro óleo da camada pré-sal da Bacia de Santos. O navio entra em operação neste 1º de maio com o início do Teste de Longa Duração (TLD) previsto para durar 15 meses. Neste período, a Petrobras obterá informações detalhadas sobre o reservatório e as condições de produção abaixo da camada do sal. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participa da solenidade em comemoração à extração do primeiro óleo do pré-sal da Bacia de Santos.

A área de Tupi é fundamental para que se conheça melhor o pré-sal da Bacia de Santos. Com capacidade máxima para processar 30 mil barris diários de óleo, a produção no navio-plataforma será realizada por meio de dois poços. O TLD de Tupi permitirá que os profissionais envolvidos obtenham amostras e informações detalhadas sobre as rochas carbonáticas que são as predominantes no pré-sal. A acumulação de Tupi está localizada no bloco BM-S-11, que tem como sócios a Petrobras (65% – Operadora), o BG Group (25%) e a Petrogal (10%).

Histórico – Em 30 de dezembro de 2004 um navio-sonda foi enviado à Bacia de Santos para perfurar alguns poços pioneiros em busca de óleo, no bloco exploratório BMS-10. A primeira área escolhida pelos geólogos e geofísicos foi a hoje conhecida como Parati. É que ali haviam sido identificadas, acima da camada de sal, rochas arenosas depositadas em águas profundas, com formação semelhante às encontradas na Bacia de Campos, onde estão acondicionadas cerca de 80% das reservas nacionais de petróleo.

No dia 30 de março de 2006, após investimentos de US$ 240 milhões, a perfuração do poço de Parati chegava ao fim. As brocas já haviam alcançado 7.600 metros de profundidade a partir do nível do mar e fora encontrado um campo gigante de gás e reservatórios de condensado de petróleo, um óleo leve.

Em julho de 2006, em outra perfuração feita na Bacia de Santos, a companhia e seus parceiros faziam uma nova descoberta. Quando a broca chegava a pouco mais de sete mil metros de profundidade, foram identificados indícios de óleo abaixo da camada de sal, na área hoje batizado de Tupi.

A perfuração foi encerrada em 2 de setembro daquele ano e as análises indicaram que só na acumulação de Tupi havia um volume recuperável de óleo que poderia chegar, caso se comprovassem outras expectativas, de 5 a 8 bilhões de barris de óleo equivalente (óleo e gás). O resultado levou à perfuração de mais sete poços. E em todos encontrou-se petróleo. Numa das outras áreas perfuradas, a acumulação de Iara, localizada próximo à Tupi, o volume recuperável estimado foi de 3 a 4 bilhões de barris de óleo equivalente. Em novembro de 2007, a Petrobras comunicou ao presidente Lula que toda a área do pré-sal – que se estende por grande parte da costa brasileira – poderia conter um volume gigantesco de petróleo, configurando um novo modelo geológico de importância igual ou superior à Bacia de Campos. Além de Tupi, as posteriores confirmações das jazidas de Júpiter e Carioca foram listadas entre as grandes descobertas feitas no mundo.

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