Conheça os projetos de desenvolvimento sustentável da Semad

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 Alinhada à proposta de desenvolvimento do Norte do Estado, priorizada pelo Governo de Minas, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) realiza, por meio de seus órgãos vinculados, diversas ações para beneficiar a região do semiárido.

O Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), por meio do Fundo de Recuperação Proteção e Desenvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográficas de Minas Gerais (Fhidro), já disponibilizou cerca de R$ 20 milhões para a execução de projetos de combate à seca, para garantir a melhoria da qualidade e quantidade da água nos municípios atingidos.

Um dos projetos é o “Cisternas Rurais: Alternativas para Ampliação da oferta de água e racionalização dos recursos hídricos no norte de Minas e Vale do Jequitinhonha”, gerenciado pela ONG Cáritas Brasileira – Regional Minas Gerais. O Projeto encontra-se na terceira etapa, com término previsto para outubro de 2011.

Desde o início, em março de 2009, já foram investidos cerca de R$ 4 milhões para a construção de 2 mil cisternas para captação de água de chuva em 31 municípios. Os recursos também são utilizados para capacitar 2.600 famílias para o gerenciamento adequado dos recursos hídricos, incentivando a adoção de práticas sustentáveis.

“O projeto vem fortalecer uma ação desenvolvida pela sociedade civil, que se tornou uma política pública de acesso à água para as famílias do semiárido. As Cisternas não são apenas um reservatório de água de chuva, mas tem se tornado um elemento de resgate da cidadania, de resgate à vida, à liberdade e ao direito à água”, ressaltou a Secretária da Cáritas Brasileira, Regional Minas Gerais, Valquíria Alves Smith Lima.

Convivência com a seca e inclusão produtiva

Esse projeto para a construção de reservatórios de água no semiárido, gerenciado pela Fundação Rural Mineira (Ruralminas), já beneficiou diretamente 2.258 famílias. Desde seu início, em junho de 2010, já foram investidos cerca de R$ 5 milhões na construção de barramentos e bacias de contenção, que captam e armazenam as águas de chuva para atender o consumo humano, a sedentação de animais e projetos de irrigação familiar. Até o final do projeto, em junho de 2012, estão previstos mais R$ 5 milhões em recursos do Fhidro, totalizando a construção de 90 reservatórios e 1500 bacias de captação de água.

Sistema de Monitoramento Hídrico e de Alerta de Seca no Semi-Árido

Gerenciado pelo Igam, esse projeto tem como objetivo prever a ocorrência de um fenômeno de seca, alertar as autoridades e monitorar continuamente os eventos e o grau de severidade no Norte e Nordeste de Minas Gerais.

Até o final de 2011, uma rede própria do Igam deverá ser implantada, com um sistema de informações capaz de absorver os dados desta nova rede e das demais já existentes na região.

O Igam também atua nos municípios de Janaúba, Januária, Rio Pardo de Minas e Mato Verde através do Programa de Desenvolvimento Sustentável de Recursos Hídricos para o Semiárido Brasileiro (Proágua). O programa, do Governo Federal, tem como objetivo contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população, especialmente nas regiões menos desenvolvidas do país.

Em Minas Gerais estão sendo executadas 66 obras de infraestrutura, beneficiando 63 comunidades e 130 mil pessoas no Norte mineiro com sistema de abastecimento de água tratada. Além disso, o programa desenvolve ações de educação ambiental e mobilização social para estimular o uso adequado da água.

Cachaça

A Fundação Estadual de Florestas (Feam), por meio da Gerência de Produção Sustentável, desenvolve um projeto que pretende levantar e divulgar a situação atual do setor de aguardente e cachaça de alambique em Minas Gerais. Por meio da pesquisa e consolidação de dados e informações sobre a produção, serão analisadas alternativas de aproveitamento energético de resíduos, a fim de propor diretrizes para adequação ambiental da atividade.

Atualmente os técnicos estão trabalhando com a pesquisa de campo, coletando informações sobre o processo produtivo da cachaça. Em sua segunda etapa, prevista para 2012, o projeto prevê o estabelecimento de um plano de ação, que tem como objetivo a normalização de procedimentos de regularização ambiental, políticas públicas e o desenvolvimento sustentável dos empreendimentos.

De acordo com dados do Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2006, a aguardente de cana é a terceira bebida destilada mais consumida no mundo e a primeira no Brasil. Minas Gerais possui aproximadamente 8.500 estabelecimentos produtores, dentre os quais 85% ainda não possuem registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Os dados revelam ainda que 53% dos estabelecimentos se concentram nas messoregiões do Norte de Minas, Vale do Jequitinhonha e Vale do Mucuri.

Unidades de Conservação

A criação de Unidades de Conservação na região Norte de Minas é uma das prioridades do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e representa uma fonte importante de recursos para os municípios, por meio do desenvolvimento de programas de turismo sustentável.

A região conta hoje com 17 unidades de conservação, mas a Gerência de Criação e Implantação de Áreas Protegidas do IEF já estuda a criação de outras duas na bacia do Rio Carinhanha, região do Alto Médio São Francisco, devido ao grande potencial da região.

“Queremos estabelecer diretrizes para que, cada vez mais, as comunidades locais se envolvam nas ações de gestão e proteção das unidades de conservação estaduais”, afirma o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Adriano Magalhães Chaves.

Bolsa Verde

Outro foco do IEF é o Programa Bolsa Verde, incentivo financeiro concedido aos produtores rurais, proprietários e posseiros que promovam a conservação da cobertura vegetal nativa em Minas Gerais.

Cada proprietário receberá R$ 200 por ano para cada hectare coberto com vegetação nativa. Os recursos são do Projeto Estruturador Conservação do Cerrado e Recuperação da Mata Atlântica e do Fhidro. Nesta primeira etapa serão beneficiados 978 proprietários, totalizando 34 mil hectares de área preservada em todo o estado.

O Norte de Minas tem o maior número de beneficiados pelo Bolsa Verde, com 443 proprietários, sendo 237 no Regional Norte, 173 no Regional Alto Médio São Francisco e 33 no Regional Alto Médio Jequitinhonha, o que representa mais de 22 mil hectares preservados.

 

Agência Brasil

1 COMENTÁRIO

  1. Vida plena e meio ambiente

    O ser humano tem o sabor do oceano na lágrima. Na composição química do seu corpo estão todos os preciosos metais que compõem a Natureza. Ele tem a mesma proporção de líquido do Planeta Terra no seu corpo. Na formação de sua estrutura física e espiritual estão presentes os estados sólido, líquido e gasoso: natureza e homem são Universo – único verso de Deus!

    Para Roger Garaudy “Crer que somos separados é ilusório. Os homens são como galhos de uma mesma árvore, ou como ondas de um mesmo Oceano”.

    Roger denuncia na sua obra Apelo aos Vivos, que “O homem violou três infinitos. O infinitamente pequeno: ao domar o átomo e liberar a sua fantástica energia. O infinitamente grande: ao transpor as barreiras da Terra, viajando pelo Cosmo. O infinitamente complexo: através da Cibernética”. Muito angustiado pelo avanço tecnológico, sem compromisso com a vida, ele desabafa: “Optar pela energia nuclear é assassinar nossos netos”.

    Xamã, um pajé americano, diz que ensina assim ao seu povo: Primeiro, a arte de escutar. Segundo: que tudo está ligado com tudo. Terceiro: que tudo está em transformação. Quarto: que a terra não é nossa, nós é quem somos da terra.

    Jesus exclamou: “Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam… nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles” Mt 6: 28.

    O Mestre aponta para a serenidade das flores do campo como alternativa na busca do equilíbrio ecológico espiritual. As flores dão nomes a mulheres, homens, lugares, rios, países. As flores são alimentos e curam, também! O equilíbrio da alma vai se conseguir na medida em que brotarem nos canteiros do respeito, as sementes da paz interior, da compaixão por si mesmo, pelo outro e pelo Universo.
    Deus criou todas as coisas e controla tudo: “Meu Pai trabalha até agora e eu trabalho também” Jo 5:17. Deus está no comando e, como Criador e Sustentador, pode recriar e modificar o Universo. ”Quem mediu na concha da sua mão as águas, e tomou a medida dos céus aos palmos, e recolheu numa medida o pó da terra e pesou os montes com peso e os outeiros em balanças?” Ele mesmo prometeu que haverá “novo Céu e nova Terra”. Planetas e mundos, cidades, rios e montanhas desaparecem num piscar de olhos, galáxias e berçário de estrelas surgem ou caem pulverizadas no infinito.
    “Abrirei rios nos altos desnudos e fontes no meio dos vales; tornarei o deserto em açudes de águas e a terra seca, em mananciais. Plantarei no deserto o cedro, a acácia, a murta e a oliveira; conjuntamente, porei no ermo o cipreste, o olmeiro e o buxo”. Is 41:19 e 20

    Aos seus filhos a promessa de Deus soa muito forte em meio à destruição: “Eis que faço coisa nova, que está saindo à luz; porventura, não o percebeis? Eis que porei um caminho no deserto e rios, no ermo. Os animais do campo me glorificarão, os chacais e os filhotes de avestruzes; porque porei águas no deserto e rios, no ermo, para dar de beber ao meu povo ao meu escolhido” Is 43:19.

    Albert Schweitzer afirma: “Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da Criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seu semelhante”.

    Há urgência em reflorestar idéias, reciclar comportamentos, irrigar emoções, adubar o terreno dos perdões… Podar galhos ressecados de qualquer temor, aplainar o olhar social, buscando os excluídos, onde for, iluminar, oxigenar e plantar, plantar sementes selecionadas de amor.
    O homem busca, em desespero, mas antes tarde do que nunca, a preservação do que sobrou neste Planeta. Não é impossível, até porque atitudes simples têm o poder de mudar o rumo de coisas importantes. Mas eis o impasse: por que não se começa a educar para o equilíbrio da ecologia humana? Quanto custa o esforço por um abraço, por um sorriso, pela demonstração de afeto?
    A Escola gasta quase todo o tempo destinado a ela, resolvendo equações de primeiro e segundo graus e a criança vive refém de deveres de casa. Não há tempo nem espaço para brincar, ao sol. Dirão muitos que a concorrência exige tudo isso na corrida desenfreada ao mercado de trabalho: passar nos concursos, brilhar nos vestibulares e arranjar emprego estável! Nessa guerra da sobrevivência só quem sabe mais equação e rebimboca da parafuseta alcança o sucesso. Será? Claro que não. O maior desafio da educação é ensinar a viver e preservar a vida!
    Preservar é insistir na luta pela vida, é ajudar a garantir às gerações a dádiva de viver! O cidadão comprometido com a vida é capaz de interagir e ajudar a deter o poder de destruição ao redor, mesmo sem ter nas mãos as prometidas verbas públicas. Ele pode exercer a cidadania de uma forma pacífica, inteligente e gratuita: indignar-se.

    Para preservar é preciso formar cidadãos sentinelas da vida, que saibam intervir no momento certo para se evitar o desperdício, o mau uso, o abuso, mas, sobretudo, formar o educador do meio ambiente, capaz de ensinar “a tempo e fora de tempo” como viver sem deixar um rastro de morte por onde passa.

    É preciso formar educadores para assessorar a sociedade na administração do que herdou. O Brasil pode dar também ao mundo um grande exemplo de fraternidade, ao propor um programa de reciclagem de vidas e a restauração do homem. A Família, a Igreja e o Estado, juntos, podem implantar um novo estilo de vida.

    Quando o homem desperdiça água, luz, árvores, pensamentos positivos, oportunidade de preservar-se, inteligência para interagir na preservação do Planeta, está adubando com a própria lágrima da irresponsabilidade o terreno da morte para se destruir. Quando distribui lixo político, social, espiritual, emocional, e toda a espécie de ações inconsequentes, está infectando o espaço, semeando transtornos. São crimes hediondos contra a vida.

    Não impeça que os pássaros voem
    na direção que quiserem,
    não interrompa seu canto,
    não destrua seus ninhos
    que se escondem pelos ares.
    Não faça muralhas impedindo
    que os rios desfilem tranqüilos
    na direção dos mares,
    eles são os primeiros habitantes
    do Planeta.
    Plante árvores, economize água,
    acenda a luz,
    mas não se esqueça de apagá-la.
    A vida é linda,
    a Terra está clamando ainda,
    à procura de
    alguém que possa
    amá-la.

    A juventude recebeu de herança dos maus governantes, dos currículos indecentes, dos “educadores” dormentes e dos pais omissos, um grande e riquíssimo patrimônio… mal administrado, mal conservado, mal amado.
    Quando o homem reflorestar idéias, podar os galhos secos da ira, regar as raízes no manancial da fé, vai colher os frutos de um mundo oxigenado de amor. Aí, sim, o homem equilibrado vai equilibrar o Planeta!
    É urgente que se enfrente o maior desafio de todos os tempos: formar os valores que vão substituir as mentes destruidoras por aquelas que têm sensibilidade para amar e preservar. O slogan poderia ser: adote o seu planeta como bichinho de estimação.
    É um desafio educacional.

    Ivone Boechat

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