Copenhague: Brasil pode liderar negociações sobre clima

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cop_15Da redação do Jornal das Montanhas (JM1)
Todas as movimentações iniciadas pelo Brasil no sentido de legitimar a 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), que começou ontem, em Copenhague (Dinamarca), colocam o País em uma situação de liderança no cenário mundial. A avaliação é unânime entre parlamentares, ministros, ativistas ambientais brasileiros e editoriais dos principais veículos de comunicação do mundo. Ao anunciar o compromisso de reduzir as emissões de gases de efeito estufa entre 36,1% e 39,8% até 2020, o Brasil derrubou um dos principais argumentos dos países ricos para não apresentarem metas de redução ambiciosas – o de que os grandes emissores em desenvolvimento também teriam que assumir cortes de gases de efeito estufa.

“O Brasil chega em Copenhague com a moral elevada. A pressão da opinião pública fez o País assumir compromissos e influenciar outros países. Nem todos os problemas serão resolvidos durante a reunião, mas vamos conseguir arrancar recursos para começar programas de mitigação e de adaptação e os países vão assumir compromissos mais fortes”, aposta o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.

A deputada Iriny Lopes (PT-ES), da Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas no Congresso, disse que o compromisso de reduções anunciado pelo Brasil já influenciou outros países, antes mesmo do início da conferência. “Eu acho que vamos assumir um papel protagonista neste debate. Depois dos números brasileiros, a China e a Índia anunciaram compromissos voluntários de redução e os Estados Unidos também prometeram cortar as emissões em 17% até 2020. Vamos liderar essa movimentação que é fundamental para o planeta”, disse Iriny. A petista espera que a conferência se traduza em metas mundiais de médio e longo prazo sobre a preservação do planeta.

Na avaliação do deputado Paulo Teixeira (PT-SP) o protagonismo brasileiro também se dará em função do combate ao desmatamento da Amazônia e pela matriz energética limpa do País. “Além das metas de redução anunciadas pelo presidente Lula, o Brasil tem obtido sucesso no combate ao desmatamento, que é a fonte principal de emissões. Essa política tem surtido efeitos bastante favoráveis e isso vai pesar muito em Copenhague. Outro diferencial é a matriz energética brasileira, que é invejada pelo mundo todo, por ser majoritariamente renovável. Com tudo isso, o Brasil chega muito bem em Copenhague e tem plenas condições de contribuir decisivamente para essa discussão”, destacou.

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