Entrevista do governador Aécio Neves em Lavras

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Wellington Pedro/Imprensa MG

O governador Aécio Neves durante pronunciamento em Lavras
O governador Aécio Neves durante pronunciamento em Lavras

Evento: entrega do título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal de Lavras (UFLA)

Assuntos: Prévias no PSDB, queda do repasse dos recursos da Cide, medidas de apoio à cafeicultura e gripe suína

Jornal das montanhas – O Sr. Tem pensado no apoio aos municípios da região do lago de Furnas?

Governador Aécio Neves – Certamente. Na minha opinião, é uma ação integrada,. Eu, inclusive, convidei os prefeitos que compõem a região da Alago, para uma audiência no Palácio da Liberdade, para que nós possamos dar outros passos. O importante é planejarmos. Planejarmos não apenas ações deste ano, mas ações do futuro. Esse aterro já são um passo importante, mas acho que outras ações, inclusive na área de saneamento básico precisam ser implementadas. E o Estado estará ao lado das prefeituras.

JM – E Minas como esta monitorando a gripe suína?
Governador Aécio – Há um monitoramento permanente desses casos. Não há nenhum motivo para alarme, em Minas Gerais o único caso confirmado, o paciente está liberado. Portanto, não há uma pandemia. Em relação ao Brasil não há nenhum risco iminente do alastramento da doença.

JM – Como o Sr. Tem tratado o apoio à cafeicultura mineira?
Governador Aécio – É uma situação absolutamente séria. Hoje mesmo pretendo ainda conversar com o ministro Guido Mantega. Fiz uma reunião com o ministro e com as principais lideranças da cafeicultura mineira e nacional, é preciso que algumas medidas que ali foram negociadas sejam implementadas pelo Governo Federal, e eu pretendo, se até a semana que vem essas questões não avançarem, voltar ao presidente da República diretamente, porque o café, que além de uma atividade econômica de divisas extraordinárias para o Brasil, tem um componente social que nenhuma outra atividade do campo tem, porque nós tratamos principalmente de pequenas propriedades rurais.
Portanto, foram negociadas algumas ações, mas não houve até agora a resposta do Ministério da Fazenda. Eu aguardo para hoje ainda uma palavra do ministro Guido Mantega, porque se isso não se concretizar, eu pretendo ir a Brasília na próxima semana e estar pessoalmente com ele e em seguida com o presidente da República.

JM – E Sobre a Cide?
Governador Aécio – Na verdade, estão tirando dos estados brasileiros o único recurso que nós conseguimos depois de um enorme esforço de descentralizar. Os recursos da Cide são recursos para a infraestrutura viária, para melhorar a qualidade das rodovias, para evitar acidentes, para melhorar a sinalização. E a Petrobras, através de um artifício, a meu ver uma alquimia fiscal, sem qualquer negociação com os estados e municípios, retirou praticamente 90% dos valores previstos para os estados, inclusive, orçamentariamente. São valores que já estavam direcionados a obras em diversos estados.
Falei pessoalmente ontem pela manhã com o presidente da República sobre esse assunto. Ele falaria ainda durante o dia com o presidente da Petrobras e com o ministro da Fazenda, eu espero que o governo possa se movimentar. Porque se não houver o ressarcimento dessas perdas e obviamente a retomada dos valores anteriores a essas medidas, nós teremos que agir, seja no campo político, no Congresso Nacional, ou mesmo no campo jurídico, com alguma ação no Supremo Tribunal Federal.

JM – Regras do Ministério do Trabalho para o transporte de trabalhadores rurais.
Governador Aécio – A questão do transporte rural é uma imposição do Ministério Público do Trabalho, que nós seguimos estritamente essa recomendação. É preciso que haja realmente autorização do DER, é preciso que haja segurança para os trabalhadores rurais. E é um processo de adaptação.
Nós estamos compreendendo que alguma tempo seja necessário para isso, mas as regras são essas que estão estabelecidas. É preciso que haja autorização do DER, é preciso que haja segurança nesse transporte, e as especificações são claras. Quem agir fora dessas especificações realmente terá interrompido esse trabalho. Acima de tudo o que deve prevalecer, em Minas Gerais, pelo menos, é a vida desses trabalhadores.

JM – Sobre as prévias.
Governador Aécio – As prévias, a meu ver, já são uma realidade no PSDB. Não só as prévias estabelecidas entre dezembro a fevereiro do ano que vem, como nós temos o compromisso de andarmos pelo país nesses próximos meses.
Estive na segunda-feira na Paraíba, em João Pessoa, num grande seminário, muito prestigiado, sobre políticas sociais. Queremos fazer rapidamente um sobre segurança pública, um sobre desenvolvimento regional, sobre gestão pública, enfim, uma série de questões que deverão balizar, conduzir a candidatura do PSDB, seja qual for o candidato. Mais que definir um candidato, este ano é um momento de nós definirmos quais as propostas que o PSDB pretende levar ao Brasil para o período pós-Lula. E a isso estarei me dedicando

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