Brasília – Os estudantes que ocuparam a futura sede da Câmara Legislativa do Distrito Federal (DF), cujas obras estão em fase de conclusão, deixaram o prédio de forma pacífica no início da noite de hoje (22), depois de ficarem mais de 24 horas no local.
Os cerca de 60 integrantes do movimento Fora Arruda entraram no prédio no fim da tarde de ontem (21) e reivindicando a impugnação das eleições indiretas que elegeram Rogério Rosso (PMDB) como governador no lugar de José Roberto Arruda, que foi afastado do governo acusado de corrupção.
Eles acataram a ordem de reintegração de posse determinada pela Justiça. Os manifestantes deixaram o local assim que receberam a decisão de três oficiais de Justiça. Às 20h30, aos gritos de “poder para o povo, vamos fazer um mundo novo”, os manifestantes saíram do prédio abraçados e escoltados pela polícia.
Após deixarem o local, os oficiais de Justiça acompanhados de policiais e de representantes dos estudantes realizaram uma vistoria e constataram que não houve dano ao patrimônio público. “Está tudo em ordem. A questão foi resolvida da melhor maneira possível, sem confronto”, disse o coronel Luís Fonseca, comandante da Polícia Militar do Distrito Federal.
Neste momento, cerca de 100 policiais fazem a segurança do prédio. De acordo com a decisão do juiz Marco Antônio Silva Lemos, da 3ª Vara de Fazenda Pública, vai ser realizado um policiamento ostensivo até a entrega do prédio para evitar que ele volte a ser ocupado.
Um dos líderes do movimento, o estudante de engenharia florestal Abayomi Mandela disse que a ocupação foi um ato simbólico, com o objetivo de contrapor à festa dos 50 anos de Brasília. “Precisamos mostrar para o Brasil que a luta continua. Manchar essa farsa de que a [operação] Caixa de Pandora [operação da Polícia Federal que desarticulou o esquema de propina no governo do DF] acabou, que está tudo certo.”
Depois de desocuparem a futura sede da Câmara Legislativa do DF, os manifestantes saíram em passeata pelo Eixo Monumental, causando retenções no trânsito.