Horário Político – Dilma e Serra exploram a emoção no primeiro dia

182

Em programas recheados com várias paisagens e depoimentos, os dois principais concorrentes ao Palácio do Planalto abriram o primeiro dia do horário político obrigatório falando de suas histórias e prometendo avanços. Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) também elegeram a emoção como mote dos programas de estreia no horário eleitoral na televisão. Enquanto uma das primeiras falas dela mencionou a “paixão pra fazer”, ele afirmou querer “governar com o coração”.
A equipe de Serra transformou em jingle a música Bate Coração, de Elba Ramalho, e contratou a paraibana – em mais um esforço para ganhar pontos no Nordeste – para interpretá-lo. Logo na abertura do programa, ouviu-se na voz de Elba: “Tum, tum, eu vou de coração.” Na sequência, Serra declarou: “Quero governar o País com os brasileiros no coração.”
Embora considerado o principal puxador de votos da adversária de Serra, o presidente Lula também foi lembrado no programa do tucano. Outro jingle anunciava: “Quando Lula da Silva sair é o Zé que eu quero lá.” Já no programa da noite, o relato da história de Serra, que predominou no início da tarde, deu lugar a propostas, especialmente na área da Saúde. O candidato apareceu em hospitais ou em companhia de pacientes beneficiados por políticas adotadas quanto Serra era ministro da Saúde ou governador de São Paulo.
Por sua vez, Dilma encerrou o primeiro programa do dia falando de sua “relação afetiva com o povo” e dizendo que o governante não pode se guiar apenas racionalmente, tem que se “incomodar afetivamente com a pobreza”. Ao contrário do que chegou a ser divulgado, Lula não foi o âncora. No começo da tarde ele apareceu em várias imagens ao lado de Dilma, mas só falou uma vez, relatando como impressionou-se com ela e decidiu que seria sua ministra de Minas e Energia, já no primeiro encontro entre ambos.
Repleto de fotos antigas e em tom de documentário, o primeiro programa também trouxe um apanhado da história de Dilma, com destaque ao período em que esteve presa pela ditadura. Já durante a noite, Lula conversou bem mais. Na abertura, a candidata começou falando de Chuí, no extremo sul do Estado, e passou a palavra a Lula, que apareceu emimagens gravadas em Porto Velho (RO). A propaganda também tratou da descoberta do pré-sal e teve como mote a ampliação dos projetos atuais em áreas como educação, combate à miséria, habitação e emprego. Por fim, uma canção simbolizando Lula pedindo que Dilma cuide dos brasileiros e se despedindo: “Deixo em tuas mãos o meu povo.”

LADO HUMANO

Uma preocupação visível nos programas de Dilma e Serra foi humanizar a figura de ambos e os aproximar do eleitorado de baixa renda. Conhecido no meio político como preocupado em se dissociar da imagem de “partido de elite” que marca o PSDB, Serra foi apresentado como um “homem simples, de bem com a vida”, que nasceu em família humilde e estudou em escola pública. É o “Zé que batalhou, estudou, foi à luta”, disse o narrador.
Além de enfocar o lado humano de Dilma, a equipe do marqueteiro João Santana procurou explorar a face feminina da candidata, especialmente no programa do início da tarde. Foi apresentada uma versão delicada e feminina de Dilma. Ela apareceu com uma camisa branca e colar de pérolas, e em imagens suaves, ora admirando uma paisagem, ora brincando com um cachorro. Também foi mostrada como filha, esposa e mãe. O eleitor foi apresentado à sua filha única, Paula, e ouviu até um depoimento de seu ex-marido, Carlos Araújo.

Marina

Com pouco mais de um minuto de tempo de TV, o programa da candidata do PV, Marina Silva, explorou sua principal bandeira – a defesa do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável. O programa de estreia, rodado nos dois horários, apresentou uma sequência de imagens de alerta sobre o aquecimento do planeta, a falta de água e as ondas que podem crescer “até sete metros e inundar cidades como Rio de Janeiro, Recife e Florianópolis”. A candidata só aparece nos segundos finais, em que se apresenta de forma objetiva: “Sou Marina Silva, candidata a presidente do Brasil”.

Nanicos

O programa do presidenciável Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) focou na história do candidato e mostrou a luta dele junto aos movimentos sociais. Neste primeiro dia de horário eleitoral gratuito na TV, o presidenciável Rui Costa Pimenta (PCO) disse que essa é uma eleição de cartas marcadas, onde Dilma e Serra gastam milhões. Zé Maria, presidenciável do PSTU, também criticou a polarização do PT e PSDB e voltou a usar o bordão: “Contra burguês, vote 16.”
O candidato Eymael (PSDC) falou de sua biografia, citando que foi deputado constituinte. Já Levy Fidelix (PRTB) trouxe o desenho de um aerotrem com seu número de candidato e disse que pretende ser a voz do povo. Ivan Pinheiro (PCB) afirmou que pretende propor mudanças radicais pela luta do socialismo

Fonte: Gazeta do Sul

1 COMENTÁRIO

FAÇA UM COMENTÁRIO

Por favor digite um comentário
Por favor digite seu nome aqui