Instituições em Crise: QUEM PODERÁ SALVÁ-LAS?

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interrogacaoNão é mais novidade se ouvir pela grande mídia: “há fraudes no judiciário, a segurança virou um caos, a educação e a saúde estão na UTI, o meio ambiente está seriamente ameaçado, a política ficou reduzida a mero espetáculo e a religião deixou cair a sua máscara.”
Contestatoriamente, não se pode duvidar que a descrição acima seja o retrato falado do que vivenciamos no Brasil e no Mundo. Os governantes e suas instituições cambaleantes tentam sarar, superficialmente, os quebrantados e desgraçados sociais com políticas compensatórias dando bolsa família e outros benefícios que não chegam sequer a suprir suas necessidades básicas ou matar a fome.
Ao longo dos anos, as crises vêm se intensificando em todas as esferas institucionais, mas, precisamente, nestes últimos dias, com o avanço da crise do capitalismo que fecha empresas e demite em massa. O que muitos esperavam ser apenas uma “marolinha” está se transformando em um tsunami. Com a perda de arrecadação para a união, estados e municípios, as obras de infra-estrutura e os serviços básicos para a população são afetados. Se a tendência de queda na receita continuar, alguns prefeitos já antecipam que medidas drásticas serão tomadas, como atrasar a folha de pagamento, demitir servidores e paralisar serviços públicos. O prefeito Zilmar Melo de uma cidade do Maranhão viveu o drama por falta de verbas. Funcionários públicos das secretarias de Educação e de Saúde e de prestadores de serviços que estavam com salários atrasados há três meses, invadiram a sua casa retirando móveis e eletrodomésticos, como televisores, e os incendiaram na via pública. Janelas e o forro da residência também foram danificados pela fúria dos manifestantes.
Outro fator que preocupa aos trabalhadores é o da Previdência Social. Os seus representantes costumam dizer que não se tem mais direito adquirido, e, sim, a mera expectativa do direito. Exemplo: um trabalhador que antes da reforma do governo Lula tinha planos para se aposentar, com o aumento de contribuição, aplicação do fator previdenciário e a idade, passou a ter apenas a expectativa do direito. E fiquem atentos porque outras reformas estão se projetando no Congresso Nacional.
A que podemos comparar os problemas conjunturais do nosso tempo? Com os dias que antecederam a destruição da cidade de Jerusalém. Crises ininterruptas afloravam o país, impossibilitando aos políticos tocarem o barco da governabilidade. Certamente, a história de Jerusalém tem uma relação profética com os nossos dias. Havia corrupção, imoralidade, violência e fraudes religiosas. Os governantes perderam o controle total. Chegaram ao ponto de oferecer cargos no executivo para pessoas sem qualificações para governar. Acompanhe em sua Bíblia o relato de Isaias 3: 6, 7: “Naquele dia, um homem agarrará um de seus parentes e lhe dirá: “Você ainda pelo menos tem uma roupa decente. Então venha ser o nosso rei e governe este montão de ruínas!” Mas a resposta será: “Eu não sou curador de feridas. Não tenho nem comida nem roupa na minha casa. Você não vai me fazer virá ditador do nosso povo!” .
Já pensou não haver quem assuma a proeminência de um cargo tão cobiçado?! Hoje também se rejeitam cargos públicos, especificamente nos setores em que funcionários lidam diretamente com a população. Médicos da perícia do INSS têm renunciado a seus postos com medo da violência dos próprios segurados que os agridem quando a sua aposentadoria é renegada. Que dizer de cargos de direção de hospitais vinculados a universidades federais? Com o escasseamento de verbas, não está tão fácil encontrar alguém para concorrer a uma vaga. Na área da política, é elogiável que a ex-prefeita e ex-deputada federal Maria Luiza Fontenele e a ex-vereadora Rosa da Fonseca tenham deixado de pleitear cargos no legislativo e executivo, por compreenderem que a política é a administração desse sistema falido. Neste tempo de adversidades econômicas, as pessoas de bom senso recusam assumir a liderança. Porém, inebriados pelo poder, os ingênuos, os infantis, os imaturos e os fracos aventurar-se-ão a governar.
Jeremias, um dos profetas de Deus, incubiu-se de uma missão – percorrer Jerusalém de ponta a ponta para ver se encontrava um homem honesto, e, se encontrasse, não destruiria a cidade. Pasmem leitores, não encontrou. Vivendo numa sociedade em que a corrupção se alastra em todas as suas esferas, desde o homem honrado ao de pouca estima, o governante, o juiz, o profeta, o policial, o conselheiro, as instituições tornam-se inadministráveis.
O historiador Judeu Josefo, (aristocrata sacerdotal), que viveu nos dias turbulentos de Jerusalém descreveu fatos horripilantes. Em meio a uma guerra civil, as condições de vida se deploravam continuamente, e as pessoas lutavam entre si por comida no meio de empilhas de cadáveres. Mães, que antes eram amorosas com seus filhinhos, matavam-nos para se alimentar. Se, porventura, alguém escapasse de morrer de fome, dificilmente escaparia das pestilências ou da espada. Não resta dúvida de que se cumpria fielmente a profecia de Cristo.
Ardilosamente, as autoridades procuram remediar os males da humanidade com falsas promessas, prometendo saúde, educação, emprego, justiça e paz, porém, detectamos um sistema caminhando para a barbárie, o desgoverno e o caos. Não foi por acaso que um representante do Fórum Social Econômico Mundial proclamou: “A cada dia os problemas do mundo aumentam sem parar, mas o tempo para resolvê-los diminui”. O acréscimo de problemas que surge dia-a-dia, é uma prova incontestável de que vivemos nas proximidades do fim deste sistema opressor. Isso me faz lembrar a estátua que o rei Nabucodonosor viu no sonho profético – uma mistura de ouro, prata, bronze, mas seus pés e os dedos dos pés eram parcialmente de ferro com barro. As grandes empresas, tentando se esquivar da crise, fundem-se com o objetivo de ressuscitar a estátua. No entanto, os perspicazes, têm a percepção de que A ESTÁTUA ESTÁ MORTA! – o sistema como um todo.
Uma pergunta: Estamos preparados para uma possível mudança no cenário mundial? Para isso, precisamos exercer fé em Deus e em Cristo, se possível, fora de fetiches e dos limites da religião. O maior ato de adoração que devemos ofertar a Deus, conforme a carta do apóstolo Tiago, é assistirmos os necessitados e nos guardar da corrupção do mundo. Cristo quando retornar, dirá aos que estiverem a sua direita: “Vinde, vós os que tendes sido abençoados por meu Pai… Pois tive fome e me destes de comer; com sede e me destes de beber, era hóspede e me recebeste; nu e me vestiste, doente e me visitaste…” Portanto, se acolhermos amorosamente o nosso próximo, seria como se estivéssemos acolhendo o próprio Cristo. Mateus 25: 24 – 40

Sebastião Ramos, funcionário público federal, e-mail: [email protected]

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